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Produção de caças Gripen no ABC começa em 2020

Réplica de como devem ser os novos caças fabricados para a Força Aérea Brasileira alessandro valle/abcdigipress

A empresa de defesa sueca Saab abriu as portas do galpão no bairro Cooperativa, em São Bernardo, na Grande São Paulo, onde produzirá a partir de 2020 seis componentes da fuselagem dos caças Gripen. Os aviões serão utilizados pela Força Aérea Brasileira. O contrato assinado em 2014 prevê o fornecimento de 36 caças, treinamento de pessoal e transferência de tecnologia no valor total de R$ 16 bilhões.

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A fábrica em São Bernardo será a responsável por peças da fuselagem, material que será enviado posteriormente para montagem dos aviões na cidade de Gavião Peixoto, interior de São Paulo.

A instalação no ABC encontra-se em fase de contratação de pessoal e triagem da rede fornecedora de materiais e serviços para a produção. Nesta primeira etapa, serão contratadas 55 pessoas entre engenheiros e trabalhadores para a produção. Mas a estimativa é que a fábrica possa alcançar 200 funcionários até 2024.

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O diretor-geral da Sam (Saab Aeronáutica Montagens), nome da unidade de São Bernardo, Marcelo Lima, explica que a presença estratégica da região perto do Porto de Santos e de grandes rodovias foi importante para a escolha da cidade. Apesar de citar o grande número de universidades na região, ele afirma que não pode privilegiar trabalhadores do ABC. “Estamos recebendo currículos do país todo e vamos contratar os melhores, independente de onde venham. Só precisam querer viver aqui na cidade.”

A chegada da fábrica vai movimentar a cadeia de empresas fornecedoras. A estimativa é de que a cada emprego direto, outros quatro indiretos sejam gerados. Os fornecedores também receberão transferência de tecnologia dos suecos, já que terão de adaptar seus produtos às necessidades da empresa.

Apesar de iniciar a produção apenas em 2020, a Saab precisa entregar ao governo brasileiro os primeiros aviões já em 2019. Essas unidades iniciais serão produzidas na Suécia. O prazo para entregar os 36 caças termina em 2024. Mas a ideia da empresa é que a unidade de São Bernardo não pare após esse prazo. A fábrica deve atender demandas de exportação.

‘ABC mostra que é atrativo’

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, afirma que a chegada da Sam (Saab Aeronáutica Montagens) mostra a força da região. “Muita gente diz que o ABC não é mais polo atrativo industrial. Mas a chegada de empresa de alta tecnologia contradiz essa lógica.”

Wagner diz que o setor não tem tradição de gerar grande número de empregos, mas dará salto na qualidade dos postos. “É uma cadeia altamente especializada, que traz funções que não tínhamos aqui. Há grande potencial para as universidades e os fornecedores se desenvolverem.”

Hoje, quem conhecerá a unidade da Saab no ABC serão cerca de 50 possíveis fornecedores, grande parte deles empresários do ABC. “Fizemos pedido para que a Saab utilize fornecedores locais. Lógico que nenhum deles está pronto para amanhã ou depois fornecer peças. Há uma série de qualificações necessárias para a demanda. Mas acredito que temos empresas com potencial”, disse Santana. 

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