A chegada dos venezuelanos em São Paulo causou revolta entre moradores de rua que usavam o Centro Temporário de Acolhimento (CTA) de São Mateus, na zona leste da capital, e tiveram de deixar o albergue para dar lugar aos refugiados. Barrado do equipamento, um grupo com cerca de dez pessoas montou uma «maloca» em uma praça a 350 metros de distância, onde dormiu sobre papelões.
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A saída dos moradores de rua do albergue, na quarta-feira, dia 4,, foi marcada por tumulto. Revoltados, alguns ex-abrigados no CTA atiraram pedras – e uma delas acertou o joelho direito do guarda-civil Francisco Moisés do Nascimento, de 35 anos. O caso aconteceu por volta das 19h40.
«Eles avisaram que a gente tinha de sair», afirmou Maurício Aquino, de 19 anos, um dos que foi se abrigar embaixo do coreto da Praça Felisberto Fernandes da Silva. «Pegou a gente de surpresa», concordou Jefferson Silva, de 22.
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No portão do CTA, nesta quinta-feira, 5, era possível ler um aviso. «A SMADS (Secretaria de Assistência Social), em compromisso com a ACNUR (…) prioriza o bem-estar dos venezuelanos que estão passando por um processo de adaptação», dizia.
«Eles ofereceram para a gente ir para (o CTA de) Aricanduva e Guaianases, mas não é assim», disse Fabio Toledo, de 43. «Eu estava bem, tinha um lugar fixo e, de repente, tenho de mudar. Isso desanima.»
O secretário Filipe Sabará negou que a decisão tenha sido repentina. «Conversamos com eles desde o fim de semana passado», disse. Segundo o titular da pasta, a «maloca» é antiga. «Eles já permaneciam na praça anteriormente. Foi até um dos motivos para fazermos o CTA.»