Quase quatro anos depois da explosão de gás na academia Tem Esportes do bairro Pauliceia, em São Bernardo, na Grande São Paulo, que matou duas pessoas, a Justiça ainda não chegou ao desfecho das causas e responsabilidades pelo acidente. A juíza da 4ª Vara Criminal do Fórum de São Bernardo, Lizandra Maria Lapenna Peçanha, acatou, no último dia 5, a denúncia oferecida pelo Ministério Público na ação penal em fevereiro.
O promotor de Justiça criminal Édivon Teixeira Junior, que assina a acusação, aponta o empresário Mario Leonardo Vendramini, dono da rede de academias, e o engenheiro Marcos Batista Oliveira, da Consigaz Distribuidora, empresa contratada para a instalação do sistema de aquecimento de gás da piscina, como os responsáveis pelo acidente do dia 17 de maio de 2014.
No documento, o representante da promotoria afirma que Vendramini e Oliveira, à época, cometeram os crimes de expor perigo à vida, a integridade física ou o patrimônio de outro, mediante explosão, além de homicídio. Fora duas mortes – uma mulher e um homem (veja ao lado). Ocorreram ainda lesões corporais de natureza leve a grave em outras vítimas e danos patrimoniais em veículos e imóveis nos arredores do estabelecimento – hoje desativado.
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A reportagem do Metro Jornal procurou por Vendramini, via telefone, nas quatro unidades da rede de academias – três em São Bernardo e uma em Itu, cidade do interior paulista -, mas o empresário não retornou a ligação. Ontem, foi expedido o mandado de citação para que o proprietário da Tem Esportes apresente sua defesa à Justiça.
Quanto ao engenheiro, até ontem (21), Oliveira ainda não tinha tido o conhecimento formal da acusação do Ministério Público, segundo a reportagem apurou com representantes, até então, da empresa. A defesa do engenheiro, que será intimado por carta precatória, está sendo constituída pelos defensores dele.
Terreno foi vendido e abrigará residencial
A unidade da Tem Esportes do bairro Pauliceia, na rua Maragaia, 445, foi desativada pelo proprietário logo após o acidente. Com o terreno à venda há anos, o local abrigará prédio residencial de quatro andares – a construção deve iniciar em junho.
O que para alguns vizinhos ouvidos pela reportagem será muito bom. “Assim a gente apaga da memória aquela imagem ruim, de destruição, que, apesar do tempo, ficou na cabeça”, relatou dona de casa e moradora no bairro há 40 anos, que preferiu não ser identificada.
Ela reside em casa na rua Belém, onde estava uma das vítimas fatais, o torneiro mecânico Marcos Aparecido Pardin, 51 anos, que estava nos fundos do quintal na hora da explosão. Procurada no local, a família de Pardim não estava. A professora de natação Helne Boriczeski Alves, 24 anos, que substituía a titular do dia, também morreu na explosão.