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Marielle sempre deixou telefone à disposição de policiais, afirma coronel

ASCOM/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

O coronel Robson Rodrigues e amigo da vereadora Marielle Franco (PSOL) – executada na última quarta-feira (14) – desmentiu a informação de que a parlamentar era inimiga da polícia, como foi divulgado nas redes sociais.Em entrevista ao Café com Jornal desta terça-feira (20), ele contou que a vítima se opunha apenas contra a «polícia violenta, que tinha ações criminosas».

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«Ela sempre cedia seu telefone, a partir do momento em que mostrei que também têm minorias na polícia. Afinal, temos uma estrutura muito pesada, que não abre espaço para manifestações de forma democrática», disse ao programa.

Ainda de acordo com Robson, Marielle, antes de ser vereadora do Rio, já foi da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), onde dava assistência. «Ela, logicamente, com a articulação que tinha, se oferecia para ajudar essas famílias de policiais. Foi montado, inclusive, um setor para entender os problemas que eles passavam», explicou.

Sobre o «batalhão da morte» em Acari, na qual Marielle criticou dias antes da execução, o amigo da vereadora disse que a região, de fato, é agitada. «É uma das áreas mais conflagradas, que não recebeu atenção do governo estadual, é só a policia. Tem toda uma situação de estresse, excessos. Precisamos de um polícia para entender problemas e reduzir números”.

Para ele, é uma situação complexa e complicada. «É a fragilização da segurança pública. É preciso reformular e criar novos protocolos para salvar a vida das pessoas».

Ainda sobre boatos espalhados nas redes sobre Marielle, o coronel desmentiu todos. «Essas discussões mais mesquinhas me preocupam porque não as pessoas não percebem que o grande problema é o da segurança pública, a violência homicida», falou.

Execução

Marielle morreu após ser baleada na noite da quarta-feira (14) no bairro do Estácio, na capital fluminense. A parlamentar estava em um carro quando foi abordada por homens armados. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, foi atingido e também morreu. Uma assessora de Marielle foi ferida de raspão e passa bem. Os criminosos conseguiram fugir.

A Divisão de Homicídios trabalha com a hipótese de execução. Nove tiros foram disparados contra o carro.

Marielle, que era militante do movimento negro, voltava de uma roda de conversa com mulheres negras no bairro da Lapa quando, de acordo com testemunhas, teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros.

Eleita com 46,5 mil votos, a vereadora era socióloga e mestra em administração pública, e ficou conhecida por sua atuação na defesa dos direitos humanos e na luta por melhorias nas políticas públicas para as favelas do Rio de Janeiro.

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