O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que, caso a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) tenha sido uma «afronta contra intervenção federal», isso quer dizer que a ação «está incomodando, indo para cima do crime organizado, no caminho certo». Além disso, o ministro também reforçou que, com o crime, a intervenção no Rio de Janeiro é ainda mais necessária.
Ele foi entrevistado por José Luiz Datena, no programa 90 Minutos, da Rádio Bandeirantes, nesta sexta-feira (16), e comentou sobre a execução da vereadora, na noite dessa quarta-feira (14).
Jungmann afirmou que «todos os esforços estão concentrados no esclarecimento do crime». «Me reservo a não fazer muitos comentários para não prejudicar a investigação. Destaco o esforço que está sendo feito, são oito equipes, com oito delegados, trabalhando sem parar», contou. Segundo ele, o presidente Michel Temer determinou que todos os esforços fossem concentrados na identificação e punição dos responsáveis.
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Datena perguntou se o crime poderia ter uma reação de agentes da polícia que foram afastados de cargos em ações da intervenção. O Ministro evitou qualquer conclusão: «é uma tese, pode até ser que tenha sido uma reação, mas é preciso provar isso, ter firmeza. Mais tarde, isso vai efetivamente acontecer».
Jungmann também reforçou que a testemunha – assessora Fernanda Chaves – está recebendo proteção policial e que não sabia da existência de nenhum suspeito do crime.
Execução
Marielle morreu após ser baleada na noite da quarta-feira (14) no bairro do Estácio, na capital fluminense. A parlamentar estava em um carro quando foi abordada por homens armados. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, foi atingido e também morreu. Uma assessora de Marielle foi ferida de raspão e passa bem. Os criminosos conseguiram fugir.
A Divisão de Homicídios trabalha com a hipótese de execução. Nove tiros foram disparados contra o carro.
Marielle, que era militante do movimento negro, voltava de uma roda de conversa com mulheres negras no bairro da Lapa quando, de acordo com testemunhas, teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros.
Eleita com 46,5 mil votos, a vereadora era socióloga e mestra em administração pública, e ficou conhecida por sua atuação na defesa dos direitos humanos e na luta por melhorias nas políticas públicas para as favelas do Rio de Janeiro.