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Disque Denúncia recebe dez ligações sobre morte de Marielle Franco

O Disque Denúncia do Rio de Janeiro já recebeu dez ligações com informações que podem ajudar a solucionar o assassinato na vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O conteúdo desses contatos, porém, não foi divulgado, já que o serviço garante o anonimato.

Quem tiver qualquer informação pode usar os seguintes canais: Whatsapp ou Telegram, pelo 21-98849-6099; Central de Atendimento do Disque Denúncia, pelo 21-2253-1177; Facebook (www.facebook.com/procurados.org); e o aplicativo Disque Denúncia RJ.

A Polícia Civil mantém como principal linha de investigação a hipótese de que a vereadora foi executada.

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Ainda nesta quinta, uma segunda testemunha prestou depoimento na delegacia de homicídios, mas os investigadores não revelaram o teor do interrogatório. O que se sabe é que se trata de uma testemunha que passava pela rua.

Também não foi revelado o conteúdo do depoimento da assessora de Marielle, que estava no carro na hora do crime, e prestou cinco horas de declarações à polícia.

A hipótese de execução é reforçada pela forma como o crime aconteceu: todos os disparos foram feitos em direção à posição em que a vereadora ocupava no carro. A polícia fez diligências buscando câmeras de segurança do trajeto para obter pistas dos assassinos.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que as investigações continuam sob o comando da Polícia Civil do Rio, mas colocou as forças federais à disposição. A Polícia Federal vai auxiliar no caso. A procuradora-geral da república, Raquel Dodge, vai tentar federalizar o crime, ou seja, levar as investigações para o Ministério Público Federal (MPF) e para a própria PF. Para tanto, é preciso obter o aval do Supremo Tribunal Federal (STF).

Execução

Marielle morreu após ser baleada na noite da quarta-feira (14) no bairro do Estácio, na capital fluminense. A parlamentar estava em um carro quando foi abordada por homens armados. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, foi atingido e também morreu. Uma assessora de Marielle foi ferida de raspão. Os criminosos conseguiram fugir.

A Divisão de Homicídios trabalha com a hipótese de execução. Nove tiros foram disparados contra o carro.

infografico marielle fracoArte Estado
Marielle, que era militante do movimento negro, voltava de uma roda de conversa com mulheres negras no bairro da Lapa quando, de acordo com testemunhas, teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros.

Eleita com 46,5 mil votos, a vereadora era socióloga e mestra em administração pública, e ficou conhecida por sua atuação na defesa dos direitos humanos e na luta por melhorias nas políticas públicas para as favelas do Rio de Janeiro. Nos últimos dias, ela postou mensagens nas redes sociais denunciando a violência policial no Rio.

«Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?», escreveu no Facebook. Ela também chamou o 41º Batalhão da Polícia Militar de «Batalhão da Morte» por causa de denúncias de crimes no bairro de Acari. Marielle era crítica da intervenção militar do Governo Federal na segurança pública do Rio de Janeiro.

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