O desaparecimento de um menino de oito anos teve um final trágico e inesperado na Espanha.
O corpo de Gabriel Cruz, que sumiu no último dia 27 de fevereiro, foi encontrado pela polícia neste domingo no porta-malas do carro da namorada de seu pai, Ana Julia Quezada. A informação foi divulgada pelo ministro do Interior da Espanha, Juan Ignacio Zoido.
No momento de sua prisão, Quezada, que tem 43 anos e é da República Dominicana, gritou: «Não fui eu! Peguei o carro nessa manhã!», relataram testemunhas que estavam perto do local.
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Gabriel desapareceu quando saiu da casa da avó, onde passava férias, para ir à de outros parentes, a poucos metros de distância, em Las Hortichuelas, uma comunidade turística na cidade de Níjar. Desde então, o caso vinha sendo amplamente divulgado e mobilizou policiais, bombeiros e voluntários nas buscas.
A descoberta da morte e as circunstâncias em torno do caso causaram enorme comoção na Espanha. O premiê Mariano Rajoy lamentou o ocorrido por meio de sua conta no Twitter. «Compartilho com todos os espanhóis a dor pela perda de Gabriel. Descanse em paz», escreveu.
Comparto con todos los españoles el dolor por la pérdida de Gabriel. Descanse en paz. MR#TodosSomosGabriel
— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) March 11, 2018
Camiseta da desconfiança
Quezada foi parada pela polícia enquanto dirigia perto de La Puebla de Vícar, a 43 km de Níjar, cidade no sudeste do país onde Gabriel desapareceu.
A polícia estava investigando a mulher desde o dia 3 de março. Naquela data, ela informou às autoridades ter encontrado uma camiseta do garoto em um local onde já haviam sido feito buscas. A roupa estava limpa e seca, apesar de ter chovido nos dias anteriores, o que também gerou desconfiança.
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Segundo a imprensa local, os investigadores jogaram uma isca para ver se a suspeita caía – e deu certo.
Eles lhe disseram que a polícia estava perto de encontrar o lugar onde estava o corpo de Gabriel. Ela então tratou de ir até o local remover o cadáver. Policiais à paisana a fotografaram tirando o corpo de uma vala, o envolvendo em uma manta e o colocando no porta-malas do carro.
Segundo o jornal espanhol El País, a autópsia concluiu que o menino foi estrangulado.
Novas suspeitas
Na investigação sobre Quezada, uma história do passado dela veio à tona e levantou a suspeita de que ela possa ter cometido um infanticídio em 1996, desta vez de sua própria filha.
A menina, que tinha 4 anos, morreu ao cair da varanda do apartamento. Na investigação feita à época, a polícia concluiu que havia sido um acidente. O caso agora foi reaberto.
Quezada e o pai de Gabriel, Ángel David Cruz, namoravam havia um ano e meio.
A prisão dela causou indignação, já que durante as buscas pelo menino ela deu entrevistas dizendo que seu desejo era que ele fosse encontrado são e salvo.
A suspeita chegou a contar que havia ensinado o menino a desconfiar de estranhos. «‘Se alguma vez você vir um desconhecido, corra, não fique parado’, foi o que eu e a avó dele lhe dissemos.»
Ela chegou a postar no Facebook uma foto de Gabriel com um pedido: «Por favor, por favor, devolvam nosso Gabrielillo».
Primeiro suspeito
A primeira suspeita dos pais de Gabriel sobre quem poderia ter levado o menino recaíram sobre um homem acusado de assediar Patricia Ramirez, mãe do menino.
O suspeito de assédio era alvo de restrições judiciais para evitar que chegasse perto dela. O dispositivo eletrônico que ele usava para ser monitorado emitiu um alerta bem no dia do sumiço do menino.
O suspeito foi então detido para a investigação, mas logo foi descartada sua participação no desaparecimento do garoto.