Uma em cada quatro mulheres já sofreu assédio no transporte público de São Paulo e 19% delas já sofreram preconceito no ambiente de trabalho por ser mulher. As conclusões estão em pesquisa de opinião realizada pela Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência, divulgada na manhã de ontem.
O levantamento ainda mostra que 13% das entrevistadas disseram ter passado por abordagem desrespeitosa – como serem agarradas e beijadas sem consentimento.
Para a doutora em ciências sociais e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Esther Solano, a variedade de ambientes mostra que a mulher não consegue “escapar” da violência, presente nos espaços públicos e privados.
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Segundo a pesquisa, 4% das mulheres entrevistadas denunciaram casos de assédio. “Elas não se sentem protegidas e acolhidas, não têm confiança para denunciar”, afirmou Esther.
A professora acredita que as políticas públicas são insuficientes para as demandas das mulheres, mas as pesquisas de opinião podem ajudar a mudar isso. “Os dados são uma ferramenta de luta e de poder, eles permitem visualizar o que as mulheres estão passando. Com eles, podemos pressionar para que algo seja feito”.
Auxílio
As secretarias de Direitos Humanos e Cidadania e de Mobilidade e Transportes da Prefeitura de São Paulo assinaram ontem convênio para combater o assédio no transporte público.
A partir de agora, motoristas e cobradores serão capacitados para auxiliar vítimas de abusos no transporte público até a chegada da polícia. Também será oferecido acompanhamento psicológico.