Um vídeo que ensina como pessoas negras moradoras de comunidades devem agir durante a intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro viralizou na web e tem quase 2 milhões de visualizações. O objetivo do conteúdo seria evitar mortes.
ANÚNCIO
“A gente não quer demonizar militares, até porque boa parte deles é composta por negros. Infelizmente, a população negra sofre muito mais com a violência”, explica Spartakus Santiago, um dos idealizadores do vídeo. Também participaram do tutorial Edu Carvalho, do site FavelaDaRocinha.com, e AD Junior, do canal Descolonizando.
Entre as recomendações do vídeo, estão: evitar sair de casa tarde e sem documentos; avisar a conhecidos e familiares onde se está indo e quando chegar ao local; e portar sempre o celular carregado para documentar as ações.
Recomendados
Resultado da Lotofácil 3087: prêmio desta quarta é de R$ 3,7 milhões
Google não permitirá anúncios de políticos nas eleições de outubro
Novos suspeitos de trocarem malas com droga em aeroporto são presos
Outras duas advertências no fazem analogia a episódios envolvendo ações policiais no Estado: evitar o uso de guarda-chuva longo ou furadeira, que possam ser confundidos com armas, e nunca levar materiais de limpeza dentro de mochilas e bolsas.
A primeira lembra a morte do fiscal de supermercados Hélio Ribeiro, de 46 anos, atingido por um tiro de fuzil de um militar do Batalhão de Operações Especiais da PM, quando instalava um toldo no terraço, no Andaraí, em 2010.
A segunda remete ao caso do então morador de rua Rafael Braga, preso nos protestos de 2013 levando apenas um desinfetante e condenado a mais de 4 anos de prisão. Em setembro, o réu conseguiu habeas corpus e passou para regime domiciliar.
Existem levantamentos que apontam que a probabilidade de uma pessoa negra morrer em trocas de tiros desencadeadas por policiais é 8% maior do que a de brancos.
Ignacio Cano, pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), indica que o perigo é ainda maior para quem vive em favelas: “Os moradores das periferias, em geral, são os que sofrem mais com os conflitos armados”.