O número de casos de violência contra motoristas e cobradores do transporte público de São Paulo cresce 30% em 2017 com relação a 2016.
O motorista Joaquim Pereira de Souza já tinha terminado o dia de trabalho quando perdeu a vida em uma discussão de trânsito em novembro do ano passado em Cidade Dutra, extremo sul de São paulo.
Na madrugada de 14 de novembro, ele levou três tiros do homem que seguia no carro que havia furado o sinal vermelho e batido no ônibus que ele dirigia a caminho da garagem: «Ele foi atrás para que o cara não fugisse sem pagar pelos danos e deu no que deu», diz a amiga Claudia.
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Discussões como a que levou Joaquim são as mais recorrentes em um levantamento que mostra o aumento da violência contra trabalhadores do transporte público na capital paulista.
No total, entre brigas, assaltos e ônibus queimados foram 173 casos, contra 131 em 2016.
O cobrador Edenilson Nunes já viu até tiros dentro do ônibus em que trabalhava: «Mesmo sem eu ter reagido, eles atiraram para cima e furaram o teto».
O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, Francisco Xavier, diz que há anos pede a criação de uma delegacia especializada no tema.