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Doria diz que avalia candidatura ao governo do Estado e promete melhorar zeladoria

André Porto/Metro Jornal

A zeladoria de São Paulo “será muito melhor” em 2018. A promessa é do prefeito João Doria (PSDB), que afirmou em entrevista ao Metro Jornal que a correção do Orçamento fará com que o serviço seja mais eficiente neste ano do que foi ano passado, com muito buraco nas ruas, mato alto e semáforos apagados. Doria também afirmou que não é ele que está cometendo exageros com o Cidade Linda, mas o Ministério Público e a Justiça, que o proibiram de exibir a marca. O prefeito disse que foi eleito para governar até 2020, porém admitiu “avaliar” a candidatura ao governo do Estado.

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Neste ano, o senhor irá governar com Orçamento feito pela sua equipe. Qual é a prioridade?

A prioridade é o social: saúde, educação, habitação, mobilidade, segurança e assistência social. Depois, o programa de desestatização, que foi aprovado na Câmara e neste primeiro semestre vamos implementar.

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Essas prioridades, eu tenho certeza, eram as de 2017, serão as de 2019 e assim por diante. Mas agora que o Orçamento é de vocês, o que priorizar?

Continua sendo saúde. Saúde é o principal problema de qualquer cidade. Infelizmente, temos 2,7 milhões de desempregados em São Paulo. Ao lado, a educação. Nossa meta é, até 30 de março, gerar a totalidade das vagas em creche, que são 67 mil e que foram herdadas da gestão passada. Vamos zerar esse deficit e criar novas vagas.

Qual item da desestatização deve ter o processo concluído em primeiro lugar?

O parque Anhembi: o pavilhão de exposições, o palácio das convenções e o sambódromo. Ainda neste quadrimestre. A expectativa é de até abril estarmos com o processo concluído e o leilão feito. Isso se tudo correr bem, se não houver nenhuma medida judicial ou do Tribunal de Contas.


Já se sabe o que será feito com estes recursos?

Há um fundo de desestatização com zero para custeio da máquina pública. Todo valor irá para este fundo e a prioridade é, exatamente, saúde, educação, habitação popular, transporte público e segurança.


O senhor citou o tribunal e eles disseram que interromperam processos de licitação e estudos da prefeitura de forma preventiva ano passado. Essa atuação foi surpreendente?

Eu respeito a função do Tribunal de Contas, mas ações preventivas tendem a ser uma interferência. Se você é eleito, você é obrigado a ser um bom gestor e cabe ao poder Executivo a gestão da cidade e não ao Tribunal de Contas. É preciso ter cuidado para não exagerar nas ações preventivas, porque a competência cabe ao Executivo. A meu ver, houve certo excesso e isso dificulta e torna mais moroso o processo.


A promotoria e a Justiça entendem que o senhor faz propaganda pessoal com o Cidade Linda. Houve exagero de sua parte?

Não houve exagero pessoal nem da prefeitura. Houve exagero do Ministério Público e da Justiça em querer coibir e impedir o Cidade Linda. Todo governo nomina seus projetos, não há inconveniente nisso, seria o mesmo que classificar de propaganda excessiva o Mais Médicos, que foi realizado pelo governo do PT, ou o Minha Casa, Minha Vida, e dizer que foi uma propaganda pessoal do Lula.

O Cidade Linda apareceu em jogos da Seleção e até no Papai Noel da prefeitura. Nem aí viu exagero?

Não. Nós temos que promover a cidade, a geração de turismo traz emprego, traz renda e traz, portanto, resultados bons para a população.


Como o senhor viu o fechamento da usina de asfalto pela Cetesb. O acordo com o Ministério Público prevê a transferência para outra área. É uma possibilidade?

É um problema de 17 anos. A decisão da Prefeitura de São Paulo é de encerrar o funcionamento dessa usina definitivamente nos próximos seis meses. Vamos comprar asfalto do setor privado. É mais barato, eficiente e funcional do que fazer a administração da usina. Teremos ali um projeto de habitação popular de qualidade para a população de baixa renda. Vamos avaliar o terreno antes de fazer qualquer edificação. Analisaremos o solo e, se estiver contaminado, vamos descontaminá-lo.


Na Cracolândia, houve uma dispersão depois da ação da prefeitura. Como tem tratado essas novas concentrações?

Houve a redução, não apenas a dispersão. Nós tínhamos 1.700 pessoas que consumiam drogas na antiga Cracolândia e hoje são menos de 400. Conseguimos dar atendimento adequado para 1.300 e assim continuamos a fazer. Uma coisa e você ter consumo de droga, outra é ter uma Cracolândia. Aquele espaço com barracas, dominado pelo PCC, acabou. Isso não significa que acabou o consumo de drogas e o tráfico na cidade.

Outras regiões vão receber a mesma atenção que recebeu a região da Luz?

Nós já temos o Atende na área da Vila Leopoldina e da avenida Jornalista Roberto Marinho, onde os usuários de drogas estão sendo atendidos, desde que façam a opção e aceitem. A ação policial segue rigorosa nessas três áreas: Luz, Vila Leopoldina e Roberto Marinho. Pontualmente, quando for necessário, em outras áreas também.

O senhor foi eleito com a promessa de transformar a zeladoria. No ano passado, essa área recebeu muitas críticas. O que deu errado?

Primeiro, faltaram recursos. Nós herdamos da gestão do PT R$ 7,5 bilhões de deficit [o governo passado diz que deixou R$ 3 bilhões em caixa]. Ou seja, 15% do Orçamento definido para a cidade simplesmente não existia, e esses 15% eram exatamente recursos para investimentos em zeladoria, em obras e isso comprometeu bastante. Mesmo assim, conseguimos recursos do setor privado para que os serviços não fossem interrompidos, mas agora, a partir de janeiro deste ano, com recursos de um Orçamento responsável, a nossa capacidade de atuar na zeladoria será muito melhor do que no ano passado. Além disso, fizemos alterações físicas de comando, para melhorar e atuar com mais eficiência no plano de zeladoria urbana.

O senhor já disse que foi eleito para ser prefeito e será até 2020. Mas e se o PSDB entender que o senhor deve ser candidato ao governo do Estado?

Não é o momento ainda dessa discussão, fui eleito para ser prefeito da cidade, e tenho foco para agir diariamente na Prefeitura de São Paulo. Nos próximos meses, vamos avaliar. Mas meu foco, minha determinação é para prefeitar.

Há no PSDB quem defenda apoiar candidato de outro partido ou trazer o vice-governador Márcio França (PSB), já que ele assume neste ano com a eventual saída do governador Geraldo Alckmin para disputar a Presidência da República. O PSDB terá candidato?

Não há a menor hipótese do PSDB não ter candidato para o governo do Estado de São Paulo. O PSDB terá candidato, sem com isso desmerecer nenhum outro candidato de nenhum outro partido, inclusive dos partidos aliados que apoiarão Alckmin na sua candidatura à Presidência.


Existe possibilidade de o Márcio França não ser o candidato do PSDB e receber apoio do partido?

Nenhuma chance. Isso não implica em desrespeitar o Márcio França. Ele tem direito de ser candidato, mas não será o candidato do PSDB.

 

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