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Após febre amarela, população de macacos só deve voltar ao normal em 2 anos

Após a morte de centenas de macacos por febre amarela, especialistas estimam, no mínimo, 2 anos para repovoar as áreas atingidas pelo vírus. Em alguns locais, como o parque do Horto Florestal, na zona norte de São Paulo, todas as famílias de macacos bugios foram dizimadas depois de contrair a doença.

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Eles têm altura de 30 a 75 centímetros e uma cauda que chega a atingir 80 centímetros. A pelagem varia entre tons ruivos e castanho escuro. A presença de pêlos mais compridos na cara até forma uma espécie de cavanhaque nos macacos bugios. No entanto, o que chama mesmo a atenção é o rugido que emitem. O ronco forte pode ser ouvido a quilômetros de distância e é usado para afastar outros bichos.

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Os bugios já figuravam na lista de animais ameaçados de extinção, mas após o surto de febre amarela essa espécie corre o risco de ser dizimada em alguns locais. A médica Adriana Homem, que mora em Mairiporã, na Grande São Paulo, lidera o movimento “Um Sonho de Bugio”, na Serra da Cantareira, cujo objetivo é recuperar espécies silvestres.

A situação é semelhante no Rio de Janeiro, onde mais de 140 macacos mortos foram recolhidos só neste ano pela Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses para testes de febre amarela. De acordo com o órgão, 69% foram executados, ou seja, apresentavam várias fraturas ou veneno no organismo. A violência contra os primatas também motivou campanhas para protege-los nas últimas semanas em Minas Gerais.

No parque do Horto Florestal, na zona norte de São Paulo, todas as famílias de macacos bugios foram exterminadas pela doença. Enquanto as necropsias são realizadas para avaliar as causas dos óbitos de primatas em todo o país, algumas iniciativas se destacam para tentar salvá-los. Na Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre da Prefeitura da Capital Paulista, a diretora Juliana Summa é quem encaminha as espécies para tratamento.

Atualmente, a Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre da Prefeitura de São Paulo possui 23 bugios saudáveis. Esses animais são protegidos por telas contra mosquitos, mas não têm prazo para serem reinseridos ao habitat natural.

Os especialistas estimam que o retorno dos bugios para áreas que hoje tem a circulação do vírus da febre amarela deve demorar, no mínimo, 2 anos. Até lá, os órgãos de vigilância endêmicas vão monitorar esses espaços para verificar se os mosquitos permanecem infectados.

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