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‘Desafio do detergente’ intoxica jovens nos EUA

Vídeos de jovens mascando uma cápsula de detergente e em seguida cuspindo os líquidos coloridos ganharam as redes sociais dos Estados Unidos. A perigosa brincadeira levou, desde o início do ano, ao menos 140 adolescentes aos hospitais com intoxicações e acendeu o sinal de alerta entre autoridades sanitárias.

De acordo com a AAPCC (Associação Americana de Centros de Controle de Veneno), o número supera os 53 casos registrados em todo o ano passado e os 36 em 2016 para a faixa etária entre 13 e 19 anos.

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A brincadeira é chamada de “Tide Pod Challenge”, ou “Desafio Tide Pod”, em referência às cápsulas para lavar roupas da marca Tide.

O produto não é comercializado no Brasil. Ele foi vendido durante um tempo pela Ariel, mas desde 2015 não é mais oferecido por aqui. Por enquanto, não há registros brasileiros do desafio, que já é visto também com preocupação em países como Inglaterra e Portugal.

No dia 12 de janeiro, a Tide publicou em seu Twitter um vídeo em que orienta os jovens a não ingerir as cápsulas. “Use Tide Pod para lavar, não para comer”, diz o jogador de futebol americano Rob Gronkowski, garoto propaganda da campanha.

De acordo com a agência de notícias “Ansa”, o YouTube se comprometeu a tirar do ar vídeos com o desafio. Mas, até ontem, alguns deles ainda podiam ser encontrados na rede.
A AAPCC alerta para consequências graves à saúde resultantes do uso indevido do produto. “Os efeitos potenciais incluem: convulsões, edema pulmonar, parada respiratória, coma e até a morte.”

As intoxicações por cápsulas de detergente são comuns entre crianças com menos de 5 anos no país. Neste caso, porém, a ingestão é resultado de acidentes domésticos e não intencionais.

A AAPCC registrou nos últimos cinco anos 50 mil chamadas relacionadas a crianças que tiveram contato com as cápsulas. Elas são atraídas principalmente pelas cores e textura macia do objeto. De acordo com a associação, o produto é concentrado, o que o torna mais perigoso para a saúde do que o sabão convencional.

Sabão já foi problema no Brasil
O clínico geral do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, em São Paulo, Maurício Serpa, conta que no passado detergentes foram associados no país a mitos de emagrecimento. “Recebíamos muitas mulheres intoxicadas por ingerir o produto acreditando que perderia peso.”

Ele afirma que os casos atualmente são raros, mesmo entre as crianças. “Acidentes domésticos com o detergente eram mais comuns quando não havia a abertura de segurança nas embalagens.” O médico alerta que há riscos mesmo para quem não ingere, mas deixa o líquido na boca. “A absorção é rápida na língua. Pode haver problemas aos alérgicos.”

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