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A história de Karla, uma jovem que foi estuprada mais de 43 mil vezes

Karla é uma jovem sobrevivente do tráfico de seres humanos que chocou o mundo com a sua história. Ela impactou o Papa Francisco e todo o Congresso dos Estados Unidos ao relatar como foi estuprada 43 mil 200 vezes.

A jovem foi forçada a fazer sexo 30 vezes ao dia, durante 4 anos da sua vida. Até que foi resgatada  em 2006 em uma operação contra o tráfico de seres humanos na Cidade do México.

“Tudo começou quando eu tinha 12 anos e me tornei o alvo desse negócio que destruiu milhares de vidas”, contou a jovem que apontou que um traficante a seduziu com palavras bonitas e aproveitou que ela vinha de uma família problemática, onde sempre foi rejeitada.

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«Eu venho de uma família disfuncional, fui abusada sexualmente e maltratada aos 5 anos por um parente», desabafou a jovem ao canal CNN.

O inicio

Tudo começou no metrô da Cidade do México, quando Karla estava à espera de alguns amigos e foi abordada por uma criança que vendia doces e informou que alguém tinha mandado um “presente”.

Cinco minutos depois, a jovem identificou um homem idoso que se apresentou como vendedor de carros usados. Eles começaram a conversar e estabeleceram uma conexão rapidamente, já que ambos compartilhavam histórias de abuso que sofreram no passado.

Karla disse que o homem era muito gentil, então, depois de uma conversa «agradável», eles trocaram números de telefone. Ela estava muito animada e esperou ansiosamente por uma mensagem. Ele ligou e chamou a jovem para um encontro.

«Quando vi o carro, não consegui acreditar, fiquei muito impressionada, foi emocionante para mim, ele me pediu para entrar no carro», revelou a jovem sobre o primeiro encontro.

Ela tinha apenas 12 anos e o homem era cerca de 10 anos mais velho. Ela se apaixonou e ele a convenceu a ir morar com ele.

«Nós vivemos juntos por 3 meses e durante esse tempo ele me tratou muito bem. Ele me amou, ele me comprou roupas, me deu atenção, me deu sapatos, flores, chocolates, tudo estava lindo», revelou Karla.

No entanto, havia sinais de que as coisas estranhas começavam a acontecer: os primos do namorado chegavam ao apartamento com novas meninas toda semana. Ela tomou coragem, perguntou porque isso estava acontecendo e descobriu que eles eram  cafetões.

Foi aí que o inferno de Karla começou e a jovem foi enviada a Guadalajara, uma das maiores cidades do México.

«Começava às 10 da manhã e terminava à meia-noite. (…) Alguns homens costumavam rir de mim porque eu chorava, tinha que fechar meus olhos para não ver o que eles estavam fazendo», desabafou a jovem.

“Eles me mandaram para bordéis em diferentes cidades, motéis na estrada, ruas conhecidas por prostituição e até casas (de clientes). Eu não tinha dias de folga, e eu atendia 30 clientes por dia. Tudo isso com menos de 16 anos.”, contou Karla.

Atualmente

Karla tem agora 25 anos e se tornou uma defensora contra o tráfico humano. Ela também apresentou seu caso ao Papa Francisco e o Estados Unidos pretende modificar a «Lei de Morgan» e obrigar as autoridades a compartilhar informações relacionadas a cidadãos dos EUA – envolvidos com tráfico de menores – em outros países.

O caso de Karla não é exclusivo, o tráfico de seres humanos é um dos principais negócios ilícitos. Segundo a plataforma UNAM, 93% das vítimas de tráfico são mulheres e 26% são menores de idade.

 

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