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Empresário é resgatado após passar noite preso a rochedos em Cananeia em SP

Leonardo Silva visitava o Parque Estadual Ilha do Cardoso e, quando corria pelo local conhecido como Praia do Cambriú, foi surpreendido pela subida rápida da maré, ficando ilhado. «Saí para dar uma corrida despretensiosa pela praia (do Pereirinha), por isso não levei nada, nem celular. Estava descalço e, vendo uma praia mais linda que a outra, fui seguindo», disse.

Quando se deu conta, estava de frente para um costão de pedra e, atrás, a maré tinha subido ao ponto de impedir o retorno. «Quando vi que estava preso ali, acabei subindo nas pedras do costão. Com a maré alta, não tinha como sair e decidi ficar ali à espera do resgate.»

O empresário conta que a noite caiu e ele se viu na situação semelhante à de um náufrago. «Como chovia, precisei me abrigar sob a pedra e me encolher por causa do frio. Aí vieram as cãibras e eu era atingido pelos respingos das ondas mais fortes. Foi assustador», contou.

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Pela manhã, quando percebeu o dia clareando, tentou caminhar, mas acabou caindo no desvão do rochedo. «Eu me ralei todo, bati a perna com força, não conseguia andar direito. Aí me arrastei para o topo do rochedo e fiquei esperando ajuda. Quando vi um barco, gritei com força e eles me viram.»

No barco estavam dois moradores da cidade, identificados apenas como Tiago e Renato, que conseguiram aportar num praia, a mais de um quilômetro, e seguiram a pé até o local onde ele estava. «Eles foram os primeiros a chegar, mas depois vieram os policiais. Nessa altura, minha esposa, que estava com meus dois filhos na cidade, já tinha mobilizado a família em São Paulo, e estava todo mundo em Cananeia, preparando para fazer buscas com helicóptero.»

A Polícia Militar Ambiental já havia sido informada do desaparecimento do turista e tinha iniciado as buscas. Uma equipe chegou ao local abrindo picada pela mata.

Com o mar estava agitado, não era possível completar o resgate de embarcação e a equipe decidiu pedir apoio ao helicóptero Águia, da Polícia Militar. A aeronave de deslocou de Registro e o piloto precisou baixar a menos de dois metros do rochedo para que o rapaz fosse colocado no aparelho. O helicóptero pousou num heliponto da cidade e Leonardo foi levado de ambulância para a unidade de saúde.

Na tarde desta segunda-feira, 29, retornando para casa, na capital, ele agradecia a equipe de salvamento e as pessoas que ajudaram no resgate. «O Tiago e o Renato naquele barquinho saíram do céu. Não sei o que seria se não tivessem passado ali. Tenho muito que agradecer também ao piloto do helicóptero, que foi corajoso e perito, bem como a toda a equipe. Eu nasci de novo», disse.

Leonardo Silva reconhece que seu maior erro foi ter seguido para a área mais deserta da ilha sem equipamentos de sobrevivência. «Não era minha intenção ir tão longe, mas tinha que estar preparado para enfrentar o inesperado. Espero que outras pessoas não façam a mesma coisa, se aventurando sem proteção», finalizou

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