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Montadoras são acusadas de usar macacos em testes com diesel

Sean Gallup/Getty Images

Diversas montadoras alemãs, incluindo a Volkswagen, a Daimler e a BMW, foram acusadas pela mídia do país de usarem macacos e humanos em testes para verificar os efeitos do uso do diesel.
De acordo com a mídia alemã, esses testes foram realizados em 2014, em território norte-americano, e queriam verificar quais seriam os resultados físicos da inalação da fumaça e dos óxidos de nitrogênio (NOx). Dezenas de macacos foram utilizados e cerca de 25 humanos participaram dos testes, de acordo com o jornal «Süddeutsche Zeitung».
Nesta segunda-feira (29), Steffen Seibert, o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a líder do governo condenou a prática e pediu uma investigação sobre o tema.
«Esses testes com animais e também com as pessoas não encontram nenhuma justificativa no plano ético. A indignação de tantas pessoas é absolutamente compreensível», disse Seibert informando aos jornalistas que ela pediu «esclarecimentos» sobre a denúncia.
«As indústrias de automóveis deveriam limitar as emissões e não provar uma suposta inocuidade», acrescentou.
O mesmo tom foi adotado pelo presidente da Baixa Saxônia, Stephan Weil, que tem na região uma das maiores plantas industriais da Volks. Ele afirmou que as denúncias são «absurdas e nauseantes» e que devem ser esclarecidas «plenamente» pela empresa.
«Se os testes não foram feitos para proteger os funcionários nas fábricas, mas apenas por marketing e por vendas, não encontro nenhuma justificativa aceitável para procedimentos do tipo», destacou ainda Weil.
– Respostas: As empresas citadas nos testes já se manifestaram através da mídia sobre o caso. A Volks informou, através do presidente do Conselho Fiscal, Hans Dieter Pötsch, que «toma claramente distância de qualquer forma de maus-tratos aos animais».
«Farei todo o possível para que haja uma investigação completa sobre o procedimento. E quem tiver responsabilidade, responderá por isso», destacou Pötsch.
Já a Daimler, que é quem produz os carros da Mercedes-Benz, informou ao jornal «Süddeutsch Zeitung», que «toma expressamente distância das pesquisas da EUGT», o organismo europeu de saúde no setor de transporte, que faz estudos com o apoio das montadoras.
«Lamentamos esse tipo de exame conduzido. E condenamos asperamente esses testes», informou ainda a empresa, que confirmou que fará uma investigação interna.
A BMW também tomou distância do caso em uma entrevista ao jornal «Bild».

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