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Seguradoras começam a usar aplicativo espião de motoristas no Brasil

Seguradoras no Brasil estão começando a usar um aplicativo que monitora o modo como motoristas dirigem para poder mensurar riscos e, consequentemente, o preço de apólices de seguros de automóveis.

O aplicativo no celular, de instalação voluntária, inclui um sistema de telemetria que se conecta ao veículo para mostrar informações sobre o perfil da condução (velocidade, frenagem, uso do celular ao volante) horários mais frequentes de uso do veículo. A partir desses dados, a ferramenta aplica uma pontuação, a partir da qual mede-se o nível de risco em termos de colisão ou sinistro.

“O sistema pode ser usado como uma espécie de cadastro positivo do motorista que, se tiver uma avaliação positiva, pode receber em troca oferta de apólices mais baratas”, disse Ricardo Lachac, diretor de seguros no Brasil da LexisNexis, empresa norte-americana especializada em medição de riscos e que já tem parcerias com seguradoras em mercados como Grã-Bretanha, Espanha, Austrália e Estados Unidos.

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Primeira a usar o serviço no país, a SulAmérica fez desde outubro um período de testes com cerca de 5 mil pessoas, incluindo funcionários. Agora, está começando a oferta do serviço em larga escala, inclusive para não clientes.

O plano da Sul América é justamente usar os resultados do sistema para oferecer recompensas. “Quanto mais segura for a direção do carro, mais pontos pode acumular e ser recompensado com benefícios tais como até R$ 400 de desconto no seguro, 800 reais na franquia ou 30 diárias extras no carro reserva”, afirmou a seguradora em comunicado.

Outras seguradoras no país também estão testando o sistema, disse Lachac, mas sem revelar os nomes. Segundo ele, de posse desse recurso essas empresas podem desenhar produtos para um enorme público no Brasil que não tem seguro de automóveis.

Estimativas do mercado segurador apontam que apenas cerca de 17 milhões de uma frota superior a 60 milhões de veículos no Brasil têm seguro.

“Para as seguradoras, seria um caminho para atrair público que hoje está fora do mercado porque acha seguro muito caro”, disse Lachac.

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