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Réplica de torre japonesa em homenagem à Kannon é erguida na Grande São Paulo

São 20 minutos em um charmoso barco decorado com um dragão pelas águas da represa Billings até o ponto em que aos poucos o telhado dourado surge entre as árvores de uma região de mata preservada de Ribeirão Pires.  São 13 mil telhas pintadas com ouro em pó e distribuídas em cinco pavimentos. O conjunto faz parte da Torre de Miroku, uma réplica da existente no Templo Horyu, em Nara, no Japão, considerado patrimônio mundial pela Unesco.

A torre foi idealizada e construída por fiéis da Igreja Messiânica do Templo Luz do Oriente, localizado em Perdizes, na capital. No interior da edificação está uma imagem de 8 metros de altura da deusa Kannon, construída em madeira e também pintada com ouro em pó. “Ela é considerada a deusa da misericórdia, cultuada no Oriente assim como Nossa Senhora Aparecida é para os brasileiros”, explica o líder religioso da Luz do Oriente, Hiroki Nakahashi.

Os fiéis não permitem que a deusa seja fotografada. Para eles, é uma forma de preservar a simbologia religiosa da imagem. Além da estátua de oito metros, há outras 18 menores espalhadas pelo interior, que conta com detalhes em madeira e vitrais com a flor de lótus.

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Nossa Senhora Aparecida também é homenageada em uma capela próxima à torre, assim como São João Batista.  O complexo conta com jardim japonês e um restaurante que ainda não está em funcionamento. “Vamos servir comidas tradicionais de monge. Queremos que as pessoas tenham um dia de paz aqui”, conta Nakahashi.

O projeto foi idealizado em 2000 e contou com o auxílio financeiro do empresário e um dos sócios do World Trade Center São Paulo, Gilberto Bomeny, que é também frequentador do templo. Foi ele quem cedeu o terreno onde a torre foi erguida, em Ribeirão Pires.

A construção da edificação foi finalizada em 2014 e a imagem de Kannon ficou pronta neste ano. Apesar de já receber alguns grupos monitorados, o espaço ainda não foi inaugurado. “Estamos construindo um museu de arte japonesa, que influenciou o mundo. Teremos também espaço para aulas de cerâmica, bronze e vidro. Queremos ensinar o que aprendemos durante as obras”, diz o líder religioso. A abertura oficial deve ocorrer no próximo semestre. O passeio de barco, única forma de chegar ao local, e a entrada serão cobrados, mas o preço ainda não foi definido.

Billings vai ganhar tori japonês

Ribeirão Pires quer comer, falar e respirar o Japão nos próximos anos. Inspirada pela abertura da Torre de Miroku, a prefeitura planeja se tornar irmã de uma cidade japonesa e quer construir um tori, espécie de portal do oriente, nas águas da represa Billings. Hiroshima foi a escolhida para os laços de irmandade, processo que já foi iniciado.

O tori será parecido ao existente na ilha de Miyajima, localizada na baía de Hiroshima. “A ilha tem natureza e localidade parecidas com as nossas. A terra é cercada por água e teremos um tori também. São elementos que formam a irmandade”, disse o prefeito Adler Teixeira, o Kiko.

A obra deve ser financiada com recursos do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias), do governo do Estado. A cidade tem direito ao benefício por ser considerada estância turística.

A prefeitura quer também criar um boulevard gastronômico no Centro e reformar o parque Milton Marinho de Morais,  próximo à represa, no bairro Estância Santo Antônio, com temas japoneses e espaço para receber os barcos que irão até o templo. A previsão é de obras no segundo semestre de 2018.

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