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Rádios do metrô de Brasília falham e colocam usuários em risco

Além de estarem convivendo com as dificuldades impostas pela greve dos servidores, os usuários do metrô enfrentam, sem saber, um perigo: os rádios do transporte, utilizados para comunicação, por exemplo, entre pilotos e operadores, não funcionam corretamente. Os equipamentos são os mesmos há 20 anos e já deveriam ter sido trocados.

Sem comunicação, os pilotos não são capazes de reportar situações como acidentes na via, passageiros nos trilhos, descarrilhamento, incêndios, entre outras ocorrências. O Sindmetrô (Sindicato dos Metroviários) denunciou a situação ao MPT (Ministério Público do Trabalho).

“O que está acontecendo hoje é similar a um avião que não tem como falar com o aeroporto para aterrissar”, denuncia o diretor do sindicato Leandro Santos.

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O Centro de Controle Operacional do Metrô é responsável por despachar os trens. Nos painéis, é possível identificar onde está cada um dos vagões. O problema é que, sem conseguir uma comunicação efetiva com os operadores, os pilotos acabam “virando os olhos” do sistema. Ou seja, pilotam às cegas. Muitos desistem de tentar usar os rádios e acabam recorrendo ao WhatsApp.

“A gente fica com medo de acontecer algo grave e não ter como comunicar. Já tive situação, por exemplo, em que um passageiro passou mal e, sem sinal,  precisei falar com usuários dentro do trem para identificar se tinha algum bombeiro ou médico”, conta Renato Mourão, piloto desde 2005.

Licitação

Em 2015, o metrô realizou uma licitação para trocar os rádios. Ao custo de R$ 12 milhões, uma empresa foi contratada para atualizar o sistema e os equipamentos novos até foram comprados, mas estão encaixotados e guardados: não podem ser instalados porque faltam antenas.

Em nota, o Metrô-DF garantiu que a troca será feita até o primeiro semestre do ano que vem. O órgão não quis comentar os problemas de funcionamento atuais nem a denúncia feita pelo sindicato ao MPT.

Estações lotam no feriado e número de trens é reforçado

O Metrô-DF precisou reforçar a quantidade de trens que rodou ontem, feriado do Dia do Evangélico – como a data é celebrada apenas localmente, os servidores e demais trabalhadores dos órgãos federais lotaram as estações ao longo de todo o dia. O serviço começou com três trens e terminou com 12.

A greve dos servidores completa hoje 23 dias. Atendendo a recomendação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 10ª Região, nos dias de semana o metrô roda com 75% de sua capacidade – 18 trens – no horário de pico.

Neste fim de semana, a operação volta a funcionar como o plano (veja ao lado). As estações da 102 Sul, Asa Sul, Concessionárias, Guariroba, Ceilândia Norte e Samambaia Sul seguem fechadas enquanto durar a greve.

Os metroviários reivindicam reajuste de 8,4%, acordado em 2015, além da nomeação de pelo menos 300 aprovados em concurso.

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