O ex-procurador geral da República Rodrigo Janot afirmou nesta quarta-feira, 29, que «só pode ser brincadeira» a declaração do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, que, logo que tomou posse, colocou em dúvida se uma mala com R$ 500 mil em dinheiro vivo seria prova suficiente de crime.
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Janot participou do evento de 25 anos do escritório de advocacia Lacaz Martins, Pereira Neto, Gurevich & Schoueri em São Paulo. «Acho que isso deve ter sido uma brincadeira», reagiu Janot.
Quando tomou posse, no dia 20, Segovia criticou a Procuradoria-Geral da República que, na gestão Janot, denunciou duas vezes o presidente Michel Temer, a primeira por corrupção passiva no caso da mala dos R$ 500 mil que a JBS pagou para o ex-assessor especial do peemedebista, Rodrigo Rocha Loures.
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«Uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime, quem seriam os partícipes e se haveria ou não corrupção», declarou o diretor da PF, na ocasião.
Em sua conta no Twitter, Janot reagiu com perplexidade às conjecturas do delegado e questionou se ele estava dizendo aquilo a mando de alguém.
Nesta quarta, 29, Janot reagiu à declaração. «Você pegar uma mala com R$ 500 mil dentro, resultado da prova de uma ação controlada autorizada pelo Supremo Tribunal Federal e dizer que uma mala só não é prova de crime… R$ 500 mil, quantos brasileiros ganham R$ 500 mil por ano?», provocou.
«Eu, como procurador da República, não ganho R$ 500 mil por ano. Agora, você vai dizer que… só pode ser uma brincadeira, uma mala daquela não tem… só com R$ 500 mil, tá brincando», disse Janot.