Desde que Renata Escobar deu entrada na documentação até abrir as portas do seu negócio para receber o primeiro cliente foram 90 dias. A demora para conseguir o CNPJ fez a empresária começar a pagar o aluguel de R$ 5 mil do salão de beleza mesmo sem poder trabalhar. Apesar de ser liberada para tocar o negócio, até hoje ela não tem o alvará definitivo de funcionamento.
“Se tivesse saído eu teria gerado emprego mais rápido, não teria pago o aluguel porque tinha uma carência. Não desanima mas isso acaba frustrando a gente que é empreendedor”, afirma.
A burocracia é o que mais impacta na performance dos municípios no índice de cidades empreendedoras. Para se abrir uma empresa no Brasil são necessários quase seis meses. No México, o prazo não chega a dez dias.
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Uma pesquisa feita pela Endeavor analisou 32 cidades brasileiras a partir de sete critérios, como infraestrutura e ambiente regulatório. No último quesito são avaliados tempo de regularização e complexidade tributária.
Manaus, Porto Alegre e Rio de Janeiro mostram os piores desempenhos. Nas três capitais, leva-se de 91 a 160 dias para se abrir uma empresa. Na média dos critérios, São Paulo, Florianópolis e Vitória foram consideradas as cidades mais empreendedoras do país. Em relação à rapidez nos processos administrativos, Joinville, Fortaleza e Blumenau têm os melhores índices.
“A burocracia é um vilão silencioso que atravanca o país deixando de gerar emprego e atrapalha a economia”, afirma Marcela Sonis, diretora da Endeavor, que lançou uma campanha com um abaixo-assinado na internet (burocraciaparatudo.com.br) para pressionar o poder público a reduzir a burocracia nos processos de abertura e fechamento de empresas.