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Familiar de tripulante do submarino ARA San Juan entra em desespero: ‘mataram o meu irmão’

O desespero e a comoção marcaram o momento em que as famílias dos tripulantes do submarino argentino ARA San Juan após a Marinha do país confirmar que um «som anormal”, semelhante a uma explosão, tinha sido detectado na embarcação, desaparecida desde o último dia 15. “Mataram o meu irmão, mataram o meu irmão”. A frase entoada com gritos de revolta certamente ficará presente na vida de quem presenciou o desespero das pessoas que aguardavam notícias.

O relógio marcava 11h20 (horário local) na Base Naval de Mar del Plata, localizada ao sul de Buenos Aires, quando os primeiros membros das famílias foram vistos deixando o prédio em que ficaram instalados, depois de uma reunião convocada pela Marinha. O pronunciamento às famílias sequer chegou ao fim em razão da revolta e um levante de consternação abalou a esperança de quem acreditava em um desfecho diferente. Os olhos do mundo voltaram-se para o país sul-americano e torceram pelos intensos trabalhos de buscas, mas foram interrompidos pela notícia.

Do lado dos familiares, a indignação foi conduzida principalmente pela demora na divulgação da informação de que o ARA San Juan era usado desde 1985 e que tinha passado por reformas para prolongar sua operação. O repórter da Band Ticiano Kessler, que acompanhou as atualizações diretamente da Argentina, contou que o clima de comoção foi total após o anúncio e que muitas pessoas deixaram o local chorando.

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Mesmo que não se tenha falado em mortes confirmadas, a informação diminuiu drasticamente as expectativas de encontrar os tripulantes com vida. A embarcação estava a 3 mil metros de profundidade e as reservas de oxigênio eram limitadas, com duração de pelo menos mais sete dias. “As pessoas já estavam muito comovidas e com a confirmação da explosão o sentimento é ainda maior”, relatou Ticiano.

Esperança

O ARA San Juan parou de estabelecer contato na manhã do dia 15 de novembro quando deixava a Patagônia e retornava para a Base de Mar del Plata. Ao longo dos dias, a apreensão aumentava com a escassez de novas informações. Vários países chegaram a enviar apoio à Argentina e cerca de quatro mil pessoas atuaram nas operações de buscas. Antes do comunicado da explosão, autoridades já haviam informado na manhã desta quinta-feira (23) que uma “anomalia hidroacústica” tinha sido detectada.

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