Dentro do aeroporto de Confins, restaurantes, companhias áreas e uma grande rede de serviços empregam pelo menos oito mil pessoas de 13 cidades da Grande Belo Horizonte. No entorno, atividades que impulsionaram o desenvolvimento do vetor Norte nos últimos 12 anos. Diante da portaria que autorizou o retorno de voos de grande porte ao aeroporto da Pampulha, os possíveis impactos econômicos e sociais para a região levaram alguns prefeitos e empresários a protestar contra a medida que, segundo o grupo, pode inviabilizar o terminal.
Insatisfeitos com a liberação dos voos, medida adotada pelo presidente Michel Temer, um manifesto com mais de 90 assinaturas começa a ser entregue hoje para os deputados e senadores mineiros em Brasília. “A mudança dos voos partiu de uma portaria sem nenhuma consulta ou estudo de profundidade sobre os impactos técnicos e ambientais. Aproveitamos também para entrar com uma ação civil pública muito robusta”, explicou o diretor executivo da AVNorte (Associação dos Desenvolvedores do Vetor Norte), Astrid Dias.
Para o prefeito de Confins, Celso Antônio da Silva (PSDB), o que deveria ser discutido é a melhoria do acesso ao terminal, que fica a 42 km do Centro da capital – já a Pampulha fica a menos de 9 km. “Temos muitos congestionamentos na altura de Venda Nova. Deveriam melhorar o acesso, ampliar o transporte público. É muito mais fácil que retomar os voos em BH”, alegou.
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O outro lado
Enquanto o grupo se mobiliza contra o retorno das operações, setores empresariais da capital, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) e o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), defendem a medida. Além de reduzir o deficit anual na Pampulha, administrada pela estatal Infraero, os executivos municipal e estadual alegam que a região tem espaço para um terminal central e que isso pode reativar o comércio nos bairros do entorno.
Na última semana, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) divulgou a solicitação das companhias para embarques e desembarques. Entre os destinos mais pedidos estavam Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e Goiânia. O terminal tem capacidade para 1,6 milhão de passageiros por ano. Em Confins são 22 milhões.