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Não podia morrer com meu filho no colo, diz policial; veja entrevista

Proteger o filho de apenas cinco meses. Este foi o pensamento que não saiu da cabeça do sargento da Polícia Militar Rafael Souza, que no último sábado (18) baleou e matou dois assaltantes em uma farmácia em Campo Limpo Paulista, no interior de São Paulo, com seu bebê no colo.

“Corri, tentei ao máximo me expor e proteger o meu filho. Toda hora pensava em virar o meu filho para o lado contrário do indivíduo”, explicou o policial em entrevista ao apresentador do Brasil Urgente, José Datena.

O sargento da PM explicou que decidiu reagir porque temeu pela vida da criança, caso tivesse sido abordado antes de ter empunhado sua pistola.

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“Se o policial se rende, ele é morto com a própria arma. Em fração de segundo pensei: não posso morrer com meu filho no colo porque pode ser que ele seja atingido também. Decidi agir. Ainda bem que deu tudo certo, poderia não estar aqui para contar a história se tivesse sido rendido.”

Policial tinha ido comprar leite

O tiroteiro foi gravado por uma câmera de segurança da farmácia, que havia sido assaltada algumas semanas antes pela mesmo dupla. Nas imagens, o policial aparece girando rapidamente e atirando várias vezes enquanto segura o bebê.

“Iríamos buscar leite de fórmula para o meu filho, que fez cinco meses no domingo. Me abaixei para verificar alguns preços e, quando levantei, vi um dos indivíduos entrando e apontando a arma na minha direção, contou Souza, que estava de folga e, portanto, à paisana.

O policial se abaixou novamente, sacou sua arma e a apontou para o assaltante, identificando-se como policial. O criminoso não perdeu tempo e apertou o gatilho várias vezes.

“Por sorte a arma dele não funcionou, então apertei o gatilho da minha arma e o atingi”, explicou o policial, que depois correu em direção à porta da farmácia. No caminho, ele se lembrou do outro ladrão e disparou em direção a ele. Quando o sargento se virou novamente, conta que viu o outro assaltante caído. Ambos os criminosos morreram na hora.

“Não conseguia conter o choro”

Ainda abalado com o que aconteceu, o PM disse que espera nunca ter de viver uma situação semelhante novamente e contou que chorou muito após o tiroteio.

“Se tiver que acontecer, que eu esteja sozinho, porque não estamos preparados para agir com o filho no colo. Na hora eu fiquei muito nervoso, para todo o policial que chegava e perguntava que aconteceu, não conseguia conter o choro [ao contar].”

Chamado de herói por moradores da cidade, o sargento disse que não lhe trouxe nenhuma satisfação matar os criminosos que ameaçaram sua família. “Certamente nenhum ser humano gosta de tirar a vida do outro.”

Assista à entrevista:

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