O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta terça-feira que não pretende se candidatar ao comando do partido, que será definido em dezembro, e que a escolha do candidato tucano à Presidência da República ocorrerá já no início de 2018.
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Alckmin ressaltou que o nome escolhido pelo partido para disputar a eleição não deve temer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não é mais uma unanimidade e, na sua avaliação, já atingiu o teto nas pesquisas de opinião.
O nome do governador paulista tem sido ventilado para o comando do PSDB, que enfrenta momentos turbulentos desde o afastamento temporário do senador Aécio Neves de suas funções parlamentares após delação de empresários da JBS.
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O partido passou a ser comandado interinamente pelo senador Tasso Jereissati (CE), mas posições divergentes sobre o apoio ao governo do presidente Michel Temer tem dividido cada vez mais a legenda. No último dia 9, Aécio substituiu Tasso por Alberto Goldman no comando interino do PSDB.
A convenção nacional do PSDB está marcada para 9 de dezembro e nessa data será escolhido o novo diretório que elege a executiva do partido. A disputa tem dois candidatos declarados à presidência do partido: Tasso e o governador de Goiás, Marconi Perillo.
“Vamos eleger uma nova direção partidária… se a gente puder convergir para ter uma chapa, melhor. Se tiver duas não tem problema“, disse Alckmin. “Não está no meu horizonte (ser candidato de uma chapa). Temos dois ótimos nomes e vou buscar unir o partido e para isso não preciso ser eu.”
Na reunião de dezembro, outro assunto em pauta será o possível desembarque do PSDB do governo Temer. Segundo o governador, o PSDB vai continuar dando apoio às reformas, mas não precisa obrigatoriamente ocupar ministérios.
“Nosso compromisso com as reformas não muda, o Brasil e o presidente podem contar conosco em medidas para retomar o emprego, uma agenda de competitividade e produtividade do Brasil, mas não precisamos obrigatoriamente ter ministro”, disse.
Mas a posição de apoio às reformas não é garantida. Líderes do partido disseram à Reuters que a bancada tucana não garante apoio incondicional às mudanças da Previdência.
Corrida presidencial
No começo de 2018, o PSDB deve escolher seu representante na disputa presidencial do ano que vem e Alckmin, que é o mais cotado, defende a realização de prévias para a escolha do nome que vai representar o partido na corrida presidencial.
Os percentuais de Lula e do deputado federal Jair Bolsonaro, que aparecem à frente nas pesquisas de opinião, não assustam o tucano.
“Eu não me impressiono com pesquisa um ano antes porque os argumentos não começaram e isso é assim historicamente. Eleição se define mais perto do período eleitoral”, declarou “A pesquisa agora tem valor estatístico e não político.”
O governador de São Paulo fez profundas críticas às administrações do PT e culpou esse partido pela recessão histórica, alto nível de desemprego e escândalos de corrupção enfrentados pelo país. Para ele, o PT, vive seu momento mais difícil e Lula não é mais uma unanimidade.
“Ele (Lula) está com os 30 ou 30 e poucos por cento que sempre teve“, disse. Questionado se avaliava que o petista já tinha chegado no seu teto, Alckmin respondeu ”acho que sim”.
Para ele, ”a situação do PT nunca esteve tão mal e do Lula pior ainda“, acrescentando que ”não o quero ser candidato para derrotar Lula ou Bolsonaro mas para mudar o Brasil”.
Perguntado se aceitaria apoio na disputa presidencial de 2018 de partidos envolvidos em escândalos de corrupção, Alckmin foi evasivo.
“Acho que os comprometidos não vão nos apoiar, mas apoio a gente recebe. O ideal é uma coisa, mas precisamos trabalhar para mudar o Brasil e precisamos ganhar eleição e não vamos subestimar a televisão”, referindo-se ao tempo do horário eleitoral na TV.
O governador praticamente descartou a possibilidade de uma chapa “puro sangue” na disputa pelo Planalto, formada por ele e por Tasso, em meio à possibilidade de um candidato a vice do Nordeste. “Nada é impossível, não é o mais provável.”