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ONU convoca brasileiros para combater o racismo

Cenas dos vídeos da campanha Vidas Negras reprodução/onu

Os superlativos números da violência contra jovens negros no Brasil motivaram a ONU (Organização das Nações Unidas) a focar nesse problema na versão brasileira de um esforço mundial para combater o racismo. Lançada ontem, na sede das Nações Unidas em Brasília, a campanha Vidas Negras tem o objetivo de dar visibilidade a números como os do quadro ao lado e conscientizar sobre situações em que o racismo pode aparecer, como em seleções para empregos. Isso será feito por meio de vídeos e imagens que a entidade vai divulgar em redes sociais e meios de comunicação.

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“O racismo mata. Os jovens negros sofrem com um racismo estrutural que buscamos combater pela conscientização de que as vidas negras importam. As vidas negras importam”, disse, no evento, o coordenador da ONU no Brasil, Niky Fabiancic, destacando a última frase, que virou recentemente um símbolo da luta contra o racismo nos Estados Unidos, após episódios de violência policial.

A campanha, que em inglês ganhou a hashtag #BlackLivesMatter, fez sucesso nas redes sociais, algo que a ONU tenta agora replicar no Brasil, incentivendo a divulgação do material em redes sociais com a hashtag em português: #VidasNegras.

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Para o lançamento da campanha foram convidadas autoridades e políticos. Mas quem roubou a cena mesmo foram os mestres de cerimônia, dois jovens negros que trabalham na ONU, com tiradas inteligentes. Quando o evento completou 23 minutos, por exemplo, Lázaro Silva lembrou que, pelas estatísticas, um jovem negro havia morrido desde a abertura dos trabalhos. Depois, ele falou sobre a própria experiência com uma forma comum de racismo: logo após se mudar do Rio de Janeiro para Brasília, foi alvo de uma batida policial perto de casa. “Estava com um amigo branco que não foi revistado. E me perguntaram o que eu fazia na Asa Sul. Foi um sentimento de não pertencimento, mesmo sabendo que negros como eu são maioria no país”.

Representante do governo brasileiro no evento, o Secretário Nacional de Juventude, Assis Filho, disse que o país tem dívida histórica com os negros e precisa saná-la com ações como cotas em universidades e concursos públicos.

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