O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira, 8, que dificultar o acesso de jornalistas a informações da gestão municipal não é uma orientação da prefeitura. «Não há nenhuma orientação nesse sentido», afirmou. Reportagem do jornal O Estadão de S. Paulo revelou na terça-feira, 7, uma gravação oficial de reunião da Comissão Municipal de Acesso à Informação (Cmai).
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Em áudio de uma 1h10, o chefe de gabinete Lucas Tavares, número 2 da Secretaria Especial de Comunicação, atua para dificultar o acesso de jornalistas a dados solicitados. Para especialistas, a prática pode constituir improbidade administrativa e prevaricação.
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O prefeito disse ainda que as opiniões de Tavares são pessoais. «Ele não é uma má pessoa, mas cometeu um equívoco», disse. Ele afirmou que qualquer providência a ser tomada em relação ao funcionário deve ficar a cargo do secretário de Comunicação. «Em hipótese alguma a prefeitura de São Paulo vai endossar qualquer tipo de restrição ao acesso de informações», enfatizou.
«Eu li a matéria e já determinei ao nosso secretário de Comunicação, Fábio Santos, que coíba qualquer iniciativa dessa natureza», disse ele a jornalistas nesta manhã, no XP Datagro Agrifinance, evento técnico e financeiro sobre o agronegócio. O prefeito defendeu que sua gestão é transparente. «Nós temos de ter transparência absoluta a liberdade de acesso a todas informações da prefeitura», disse.
Sobre a gravação, Doria respondeu que o áudio «é um equívoco». «‘Primeiro’ não deveria ter falado, depois não deveria ter gravado», disse. «Esse exercício não tem a menor ressonância por parte da prefeitura e por parte do prefeito», afirmou.
Doria disse que não tinha conhecimento sobre a prática e que soube pela imprensa. «Ontem falei com o Fábio Santos para evitar que qualquer manifestação dessa natureza tenha ressonância na prefeitura. E todo o apoio para que a liberdade de acesso às informações seja plena para quem quer que seja», completou.