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Doria admite ser vice de Alckmin e volta a defender aliança de centro

Charles Sholl/Raw Image/Folhapress

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), admitiu a possibilidade de ser candidato a vice-presidente da República em uma chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em 2018. Em entrevista exibida na madrugada desta segunda-feira, 6, no programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, o tucano declarou que «tudo é possível» e voltou a defender que só uma aliança partidária de centro encabeçada pelo PSDB seria capaz de derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no ano que vem.

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Apesar de dizer que não se apresenta como candidato à eleição presidencial de 2018, Doria afirmou que está conversando sobre a disputa com Alckmin. «Hoje tudo é possível. No diálogo, tudo é possível, ainda mais com Geraldo Alckmin», disse o prefeito, quando perguntado se aceitaria ser vice do governador. «Tem que ter o entendimento e sobre a mesa avaliar o que é melhor para o PSDB e o que é melhor para o Brasil.»

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Após críticas de que estava abandonando a cidade para viajar pelo País e se projetar nacionalmente, Doria afirmou que já recuou. «Eu entendi o recado, nós já mudamos, reduzimos o número de viagens, foco na cidade», afirmou. «Quanto à decisão de ser ou não ser (candidato), não é uma decisão minha, é uma decisão da população.»

Convidado por outros partidos para se filiar e conseguir ser indicado como candidato a presidente, Doria afastou a possibilidade de sair do PSDB. «Não é minha índole», afirmou. Ele não descartou ainda a possibilidade de ser candidato a governador na disputa pela sucessão de Geraldo Alckmin, apesar de dizer que sequer encampa a ideia.

Aliança de centro. O tucano reconheceu que Lula e Bolsonaro, atuais líderes nas pesquisas eleitorais, são nomes fortes para a disputa presidencial, o que representa um risco para o País. Para Doria, Lula é o candidato da extrema esquerda e Bolsonaro, da extrema direita. «O que eu defendo hoje é que o PSDB possa ter uma candidatura pacificadora, aglutinadora e principalmente que as forças de centro estejam unidas. Caso contrário teremos um segundo turno da eleição disputado por Bolsonaro e Lula», disse o prefeito. «O Lula, se você não tiver muita força e muita tenacidade, você sucumbe diante dele. Ele engole você. O Bolsonaro não é diferente, com outro estilo, com outro jeito», afirmou.

Para compor essa aliança, ele defendeu a inclusão do PMDB, apesar de todo o desgaste do presidente Michel Temer. «A meu ver, com todo o desgaste circunstancial, (o PMDB) deve fazer parte sim dessa frente ampla», disse, citando também DEM, PP, PPS, PRB e PR como possíveis aliados.

Doria acredita que Lula será candidato a presidente, mesmo diante do risco de o petista ser condenado em segunda instância. «E, mesmo que isso não ocorra, continuará sendo candidato, mesmo com Jaques Wagner (ex-governador da Bahia), Fernando Haddad (ex-prefeito de São Paulo) ou quem quer que seja, será o Lula.» Doria disse ainda que «adoraria» enfrentar o ex-presidente na disputa. «O Lula me teme e ele sabe que ele me teme.»

Perguntado sobre outros nomes que tentam se viabilizar, Doria disse não acreditar que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, será candidato e afirmou que o apresentador de televisão Luciano Huck não tem suporte partidário para a disputa.

Candidato único. O prefeito da capital paulista defendeu, na entrevista, que o PSDB defina seu candidato ao Planalto na convenção nacional que realizará no dia 9 de dezembro como uma «demonstração de equilíbrio» e capacidade para liderar o debate eleitoral em 2018. «Com prévias ou sem prévias.» Como plano de governo, o tucano disse que o partido precisa se concentrar em propostas para gerar empregos para a classe mais pobre.

Discordando do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que, em artigo publicado neste domingo defendeu o desembarque do PSDB do governo Temer, Doria disse que o partido precisa manter seus ministros no governo e seguir alinhado à política econômica. «Se era pra sair, já deveríamos ter saído», declarou.

Farinata. O prefeito confirmou que sua gestão abandonou a ideia de implantar a farinata – composto produzido a partir de alimentos próximos ao vencimento – na merenda de escolas municipais e no atendimento à população em situação de rua. Ele reconheceu que o governo «errou» na condução do programa, apesar da «qualidade» do produto. «Encerramos esse processo, não vamos ter mais a farinata.» Ele afirmou que a Prefeitura vai anunciar nesta semana o incremento de frutas, verduras, arroz, feijão e proteínas na merenda escolar e no atendimento à população de rua.

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