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Construção civil em Minas Gerais dá sinais de melhora

Breno Pataro/PBH

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Fortemente abalado pelos escândalos da política e as reviravoltas na economia, a construção civil mineira parece, aos poucos, ter começado a reencontrar o caminho da recuperação. Crescimento mesmo, talvez em 2018. Mas de ponto em ponto, o setor vai retomando a confiança dos investidores e contratando mais trabalhadores.

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Uma pesquisa realizada pelo Sinduscon-MG (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais) apontou que após um longo período, o índice de atividade da Indústria da Construção de Minas Gerais apresentou melhora pelo segundo mês seguido, registrando 41,6 pontos em julho enquanto, em junho, foram 40,6 pontos. Embora continue demonstrando queda na atividade do setor – valores abaixo dos 50 pontos indicam retração – o indicador apresenta uma alta de 8,4 pontos entre janeiro e julho deste ano.

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“Pela pesquisa, podemos perceber que a situação econômica está se consolidando, ainda que apresente resultado negativos”, explica o economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG, Daniel Furletti. Segundo ele, fatores como o descolamento da economia aos constantes escândalos políticos contribuíram para a pequena reversão apresentada pelo setor. “Em 2015 e 2016, sempre que era revelado algum escândalo, a bolsa despencava, os mercados entravam em crise. Hoje a gente vê que não é mais assim. A economia como um todo conseguiu se descolar desses problemas, e segue agora um rumo de crescimento”, constata o economista, que também citou a baixa na taxa de juros como influência.

No entanto, o setor ainda esbarra em alguns problemas quando o assunto é crescimento. “Primeiro é preciso resgatar a confiança dos investidores. E é isso que está se formando, aos poucos. Quando outros setores estiverem mais segmentados, apresentando resultados contínuos e verdadeiramente positivos, aí a construção civil poderá ir junto. Para se fazer uma obra viária, é preciso da construção. Escolas, hospitais, e outros empreendimentos também. Então qualquer investimento nesses setores é um reflexo positivo na construção civil”, diz Daniel.

Ainda conforme a pesquisa realizada pelo Sinduscon-MG, em linha com a perspectiva de melhora da atividade do setor, o índice de expectativas de compras de insumos e matérias-primas interrompeu uma trajetória de dois meses de retração e aumentou 4,7 pontos frente a julho (41,0 pontos), registrando 45,7 pontos em agosto. Ainda que continue apontando redução na compra de insumos e matérias-primas, o indicador foi o melhor para o mês dos últimos três anos. “Trabalhamos com a ideia de que 2017 será melhor do que 2016, e pior do que 2018”, avalia.

Postos de trabalho
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados no último dia 21 mostram que foram criadas 658 novas vagas de emprego no setor no mês de agosto em Minas Gerais. O que ainda é pouco frente ao saldo de 16 mil demissões no ano, mas que representa um sinal de melhora. “São passos lentos, é verdade, mas são passos sólidos”, compara Daniel.

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