Mais de 25 anos após a morte de Luís Carlos Prestes, Porto Alegre receberá um espaço em homenagem ao líder comunista projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a ser inaugurado no mês que vem.
O Memorial Luís Carlos Prestes, localizado ao lado da sede da FGF (Federação Gaúcha de Futebol), será inaugurado em 28 de outubro, data em que o começo da Coluna Prestes – marcha iniciada em Santo Ângelo, na região das Missões – completa 93 anos.
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Conforme o vice-presidente da Associação Memorial Luís Carlos Prestes, Edson Santos, a edificação está concluída e estão sendo realizados ajustes internos para a inauguração.
A área do Memorial foi cedida por 60 anos pela Prefeitura de Porto Alegre à FGF, que recebeu metade do terreno em 2009 para construir sua sede e se comprometeu a construir o espaço – a pedra fundamental havia sido lançada dez anos antes.
«É o primeiro espaço que homenageia a figura do Prestes. Em Santo Ângelo e no Tocantins, tem homenagens à Coluna. Nesse memorial, se homenageia a Coluna e a figura dele”, acredita Santos.
O representante da entidade também afirmou que o movimento estará aberto a todo o público, não estando restrito apenas aos apoiadores do comunismo e admiradores de Prestes. “Queremos que se transforme em um equipamento da cidade”, frisou.
Controvérsia
A homenagem é controversa. Em março passado, o vereador Professor Wambert (PROS) propôs que o memorial fosse transformado no Museu do Povo Negro. “Não há motivo para homenagear Prestes. Ele foi o líder da Coluna que se acovardou diante de Lampião e deixou uma onda de saques e estupros pelo Brasil”, disse o vereador.
Santos não discute a questão. “Ele [Wambert] expressa uma posição ideológica contrária ao socialismo. Não queremos fazer debate com o Wambert porque a história já o fez”, sustentou Santos.
O vereador criticou as referências à foice e ao martelo – símbolos do comunismo – presentes na exposição. Wambert também considera que a homenagem “envergonha a cidade”.
Santos pensa o contrário: “O Memorial é uma forma de resgatar a história de um dos heróis do nosso povo, uma homenagem às lutas populares, ao combate às desigualdades sociais”, disse.
Quem foi
Prestes nasceu em 1898. Percorreu o Brasil com a chamada Coluna Prestes entre 1925 e 1927, quando ficou conhecido como “Cavaleiro da Esperança”.
Sua companheira, Olga Benário, morreu na Alemanha durante o regime nazista após ser deportada por Getúlio Vargas. A união gerou Anita Leocádia Prestes. O líder comunista teve outros sete filhos em um segundo casamento.
Durante o regime militar, exilou-se na antiga União Soviética, retornando em 1979. Morreu no Rio de Janeiro, em 1990.