Ilse Freitag e Vanessa Alves almoçaram «correndo» no início da tarde desta quarta-feira, 6. Proprietária e funcionária de uma empresa de recursos humanos, respectivamente, elas utilizaram cerca de 30 minutos da hora de almoço para conhecer as três novas estações da linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo, na zona sul. Entre elogios, especialmente à arquitetura (caracterizada por grandes cúpulas de vidro), comentaram estar «ansiosas» para utilizar a linha no trajeto para o trabalho.
No caso de Vanessa, a espera deve levar pelo menos 60 dias, prazo a partir do qual o horário e o período de funcionamento das estações começarão a ser ampliados até chegar a um intervalo diário das 4h40 à meia-noite. A partir desta quarta-feira, elas operam de segunda-feira a sábado, das 10 às 15 horas (inclusive nos feriados). «Não vejo a hora de funcionar em horário comercial», disse a moradora do Jardim Ângela, na zona sul, que, atualmente, pega um ônibus até a estação Capão Redondo e, depois, uma segunda condução para chegar ao emprego.
Já Ilse tem planos de mudar a rotina para quando forem inauguradas outras seis estações da mesma linha, dentre elas a Eucaliptos, que fica próximo da sua residência, também na zona sul. «Quando abrir, não vou mais tirar o carro da garagem», diz ela, que não lembrava quando tinha sido a última vez que entrou em um metrô.
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Assim como elas, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo avistou dezenas de pessoas tirando fotos nas três estações. Além disso, próximo às catracas, frequentadores deixavam críticas e elogios em livros de visitas colocados pelo Metrô. Na estação Brooklin, por exemplo, ao menos 64 pessoas fizeram anotações até as 13 horas. Dentre elas estava o profissional autônomo Walter Araújo Fontes, de 50 anos, que aproveitou a folga para visitar as três estações, das quais elegeu a Brooklin como sua preferida – por ser a mais ampla e iluminada. «Mas falta mais limpeza e manutenção», pontua.
Também na estação como «visitante», o atendente de supermercado Marcelo Eduardo Souza Felga, de 26 anos, e sua mãe, a dona de casa Gecilene de Souza Felga, de 61 anos, elogiaram a estrutura. O rapaz reiterou, contudo, a importância da instalação de portas de plataforma como medida de segurança, o que ainda não ocorreu. «Precisa o mais rápido possível», disse. Já as aposentadas Maria Regina Silva, de 60 anos, e Maria Antônia Azevedo, de 83 anos, reclamaram da demora do trem – que está levando uma média de 8 minutos para passar, de acordo com o Metrô.
Por outro lado, o eletricista Antônio Oliveira da Silva, de 62 anos, estava na Linha 5 a caminho do trabalho, no Brooklin. Morador do Jardim Ângela, ele comemorou que, com a inauguração, poderá fazer apenas uma viagem de ônibus e outra de metrô no trajeto. «Adorei. Isso aqui está coisa de primeiro mundo», declarou. Já os empresários Renata Dias, de 38, e Júnior Ferreira de Paiva, de 40 anos, fizeram o trajeto para buscar os dois filhos, de 9 e 6 anos, na escola. Usuários pouco assíduos do transporte público, eles pretendem repetir o caminho de metrô nos próximos dias em vez de utilizar o carro. «Vai facilitar muito.»