No início da tarde desta terça-feira, uma passageira de ônibus começou a gritar para tirarem um homem que estava no coletivo de perto dela. O veículo passava pela avenida Paulista. O rapaz, de 27 anos, tinha ejaculado no pescoço da vítima. O cobrador reteve o abusador no ônibus, impedindo que ele descesse. O agressor foi levado ao 78ºDP e preso em flagrante por estupro.
ANÚNCIO
O caso aconteceu exatamente no dia em que Tribunal de Justiça, Estado e prefeitura lançaram a campanha “Juntos podemos parar o abuso sexual nos transportes”, para combater o assédio sexual em transportes públicos. Cartazes em trens e ônibus e mensagens nas redes sociais de Metrô, CPTM, EMTU e SPTrans vão estimular que tanto vítimas quanto testemunhas denunciem casos.
A cada semana, quatro denúncias de abuso nos transportes públicos de São Paulo são feitas, mas o Instituto Maria da Penha estima que uma mulher seja vítima de abuso físico a cada sete segundos.
Recomendados
Caso Nayara Vit: Ministério Público pede 20 anos de prisão para o namorado por feminicídio
Homem matou psicóloga para pegar celular e obter informações sobre ex-namorada dele, diz polícia
Vídeo mostra motorista de Porsche momentos antes de ser liberado por policiais sem teste do bafômetro
Os abusadores que forem identificados vão passar por um programa de reeducação de dois dias, para tentar evitar que cometam o crime novamente.
“Queremos que estimular as vítimas a denunciar. Costumo dizer que, se roupa curta fosse ‘motivo’ para assediar, os casos deveriam quadruplicar no verão, o que não acontece”, disse uma das idealizadoras da campanha, a juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica e Familiar do Butantã.
Antes de começar a campanha, os funcionários das empresas de transporte passaram por seminários de sensibilização para prepará-los para o atendimento às vítimas. A atitude do cobrador e do motorista do ônibus onde a passageira foi vítima, segundo a SPTrans, é a esperada nestes casos: o agressor foi retido e a polícia, chamada.