O Cruesp – órgão que reúne os reitores das três universidades estaduais de São Paulo – Unicamp, USP e Unesp – encaminhou ofício ao presidente Michel Temer (PMDB) em que expressa sua “profunda preocupação com a situação orçamentária do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)”.
O Cruesp teme o risco de estrangulamento de setores da pesquisa científica do país, como lembrou ontem, o pró-reitor de pesquisa da Unicamp, Munir Skaf.
O pró-reitor diz que o orçamento de R$ 1,3 bilhão do CNPq foi contingenciado pelo governo federal em abril, em razão da crise econômica e que o dinheiro liberado até agora deve pagar os custos apenas até setembro. “Faltam ser repassados, R$ 570 milhões para que possamos manter o funcionamento até o final do ano”, adverte.
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Skaf disse que o contingenciamento pode afetar o trabalho de pelo menos dois mil bolsistas que atuam hoje na universidade – que em julho deste ano foi alçada ao primeiro lugar do ranking na América Latina, pela publicação britânica THE (Times Higher Education).
Ele lembra que o corte não vai afetar apenas as pesquisas locais. Diz, por exemplo, que o programa de excelência dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia é coordenado a partir de Campinas.
No ofício enviado ao presidente, o Cruesp lembra que os recursos para ciência, tecnologia e inovação tem sido reduzidos drasticamente ao longo dos últimos anos.
No documento, os reitores dizem compreender as razões dos cortes, mas alertam que se o contingenciamento permanecer “trará danos irreparáveis”, para o setor.
Segundo o Cruesp, o Brasil é hoje o 13º maior produtor de ciência no mundo e abriga cinco das 10 melhores universidades da América Latina. O CNPq é a principal agência de fomento à pesquisa científica no país e oferece suporte a mais de 100 mil estudantes e pesquisadores.
O Ministério de Ciência e Tecnologia informou que está trabalhando junto ao Ministério de Planejamento para conseguir a liberação da verba.