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Rio que representa 40% do total do abastecimento da Grande BH tem nível abaixo do recomendado

O abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte está comprometido devido à falta de chuvas e por problemas estruturais nos cursos de água, alerta o CBH-Velhas (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas). Segundo a instituição, a vazão do rio, que representa um total de 40% do fornecimento da Grande BH, está registrando níveis muito abaixo do normal desde o início deste mês.

Dados da Copasa mostram que, na primeira semana de agosto, o rio registrou nível de vazão abaixo do recomendado de 10,25m³/s por sete dias consecutivos; entre os dias 3 e 10 de agosto, a média foi de 9,3m³/s. De acordo com Marcus Vinícius Polignano, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, a situação do rio é preocupante. “São dois motivos principais. Um deles é o climático e a diminuição das chuvas nos últimos quatro anos. Outro é a questão estrutural, já que a gestão do território da bacia está ruim; muito desmatamento, sem proteção de mata ciliar e poluição das águas. Essa somatória levou o rio a chegar a uma situação crítica”, comenta.

Ainda de acordo com Polignano, a baixa vazão do rio vai prejudicar, principalmente, a população rural que depende diretamente daquelas águas. “Várias regiões já estão sem água, o que prejudica na irrigação e na produção agrícola. Torna a vida de quem mora nas regiões rurais muito mais difícil”, ressalta. Nas regiões urbanas, por enquanto, não haverá grandes impactos e nem possibilidade de racionamento, já que a Copasa compensará pelo aumento do uso da água dos reservatórios do Sistema Paraopebas.

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Para amenizar a situação, o CBH-Velhas sugere propostas de negociações com mineradoras da região, com a Copasa e com a Cemig. “Dessa média de 9m³/s de vazão atual, 6,5 vão para o abastecimento de BH. É uma matemática que não fecha. Estamos negociando para diminuir para 5,5”, esclarece Polignano. “Outra solução possível seria a Cemig liberar água da represa do Rio das Pedras”, complementa. Em nota, a Cemig afirma que a liberação está sendo feita de forma coordenada em parceria com outras empresas como a Copasa, mineradoras da região e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas, e que também “terá como objetivo complementar as necessidades de jusante com vistas a garantir o abastecimento de água”. Complementa, também, que não haverá impacto no fornecimento de energia.

A situação crítica do Rio das Velhas afeta também outros rios, como é o caso do São Francisco. O rio atende 4,5 milhões de pessoas de 51 municípios ao longo de 780 km de extensão.

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