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Escola Sem Partido chega a sua 3ª versão em Curitiba

Reapresentado depois de fracassar em 2014, na Câmara Municipal, e em 2015, na Assembleia Legislativa o projeto do “Escola Sem Partido” voltou a criar polêmica na semana passada em Curitiba, causando o enfrentamento de grupos em frente à Câmara.

Novamente o texto foi apresentado por representantes evangélicos. Antes, na Câmara, a iniciativa foi de Carla Pimentel (PSC), que é pastora, já na Assembleia a autoria foi de 13 deputados, a maioria evangélicos. Agora os autores são Thiago Ferro (PSDB) Osias Moraes (PRB) e Ezequias Barros (PRP). “Não é um projeto religioso, nós, aliás, nem temos bancada evangélica. É um projeto dos vereadores e que alguns bons professores, estão apoiando”, diz Osias.

Ao contrário de projetos já apresentados pelo Brasil – inclusive um em Alagoas, barrado no Supremo (veja mais ao lado) – o texto de Curitiba não prevê punições aos professores, mas apenas a fixação de cartazes nas escolas – e junto com eles o estímulo a denúncias.

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Segundo o vereador Osias, o intuito é esclarecer pais e alunos dos seus direitos, além de impedir a doutrinação política em salas de aula.

“Alguns professores insistem em doutrinar as crianças, seja muito para a direita, ou muito para a esquerda. É muito mais comum que seja para a esquerda”, diz. Segundo ele, a lei garante que “quanto o professor for tratar de politica, vai ter que mostrar esquerda e direita, não pode dar a sua opinião”,

O projeto proíbe ainda “a aplicação dos postulados da teoria ou ideologia de gênero’. O objetivo, diz o vereador, é proteger as crianças de conteúdos sexuais. “Hoje fala-se em homossexualismo, em conhecer o corpo, masturbação. Isso para crianças que nem sabem o que é sexo”, reclama.

Já a diretora do Sismuc (Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba), Franciele Costa, contesta o vereador, e garante que não são ministrados conteúdos impróprios em Curitiba. “Acusam os professores de ideologia de gênero, de tentar ensinar as crianças a serem gays, nada disso nunca aconteceu”, diz.

Segundo ela está acontecendo uma iniciativa dos próprios vereadores, que buscam denúncias que acabam não se comprovando. Ela cita um caso recente em que um bilhete de um,a professora de pré-escola, pedindo que as crianças usassem roupas coloridas foi confundido com apoio ao homossexualismo. O caso motivou uma reunião de vereadores com a secretaria de Educação.

“O projeto acaba gerando um constrangimento e medo nas escolas. O objetivo é criar um pensamento único, querem impor uma ideologia deles e calar outras”, afirma.

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