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Polícia fecha fábrica de linha chilena em Belo Horizonte

Produzida a partir de uma mistura entre pó de quartzo e de alumínio, a linha chilena se tornou uma das maiores preocupações das autoridades. O produto é quatro vezes mais cortante que o cerol tradicional – produzido com o pó de vidro – e se tornou febre entre as pessoas que soltam pipa. Ontem, a Polícia Civil apresentou os detalhes de uma operação que fechou uma fábrica clandestina da linha apontada pela corporação como a maior de Belo Horizonte, e uma das maiores em Minas Gerais.

Conforme as investigações, a fábrica funcionava no bairro Vista Alegre, região Oeste de BH, há três anos. No total, cerca de 50 mil metros de linha chilena foram apreendidos, assim como 11 maquinários para produção da linha, 74 frascos de cerol, pó químico de mistura de vidro e anotações de contabilidade. Uma mulher de 43 anos que seria uma das responsáveis pela fábrica foi presa em flagrante, mas segundo a polícia, ela foi solta no dia seguinte após pagar fiança.

De acordo com o delegado Rodrigo Damiano, a investigação começou há cerca de dois meses, depois de vários incidentes com a linha chilena, como o que matou um garoto de 5 anos em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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“Havia informação de que há distribuição e venda dessa linha no centro da cidade. Então, a nossa missão era encontrar onde era a produção dessas linhas”, disse.

A polícia apurou que a fábrica abastecia o comércio de cerol e linha chilena em toda a capital, e, em especial, na região do hipercentro. Mesmo com o fim da produção, as investigações continuam para tentar identificar as outras pessoas que também agiam na fábrica e vendiam o cerol e as linhas. Para a polícia, pelo menos mais uma pessoa também seria dona do local.

Mortes

Durante as férias escolares, alguns acidentes envolvendo linha chilena ficaram marcados. Além da morte do garoto de 5 anos em Ibirité, enquanto andava de bicicleta, um motociclista também morreu após ser atingido por um fio de energia elétrica que foi cortado por uma linha.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, em média, uma vítima da linha cortante é atendida por dia na rede pública de saúde. Além disso, aproximadamente um milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica, em todo o Estado, no decorrer do ano de 2016, devido a acidentes com a rede elétrica, de acordo com a Cemig.

“Os pais têm que estar atentos ao tipo de linha que os filhos estão consumindo”, alerta o delegado.

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