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Crise no governo abala confiança industrial na Grande São Paulo

O otimismo do empresariado industrial do ABC, na Grande São Paulo, sofreu abalo com a turbulência política por que passou, e ainda passa, o governo Michel Temer (PMDB). De acordo com a 6ª edição do Boletim IndústriABC, o Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial) apresentou queda na região no segundo trimestre deste ano.

Os dados são parte de pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O recorte regional é elaborado pela Universidade Metodista, de São Bernardo.

O estudo mostra que o indicador citado foi de 52,9 no segundo trimestre, em escala que vai de 0 (pessimista) a 100 (otimista). Na última edição do levantamento, apresentada em março sobre os três primeiros meses, a taxa era de 61,8 no ABC.

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A redução da confiança foi observada em diferentes índices analisados. Os fatores que mais influenciaram a queda foram observadas na diminuição da avaliação das condições da economia (51,3 para 45,2) e nas expectativas em relação à economia brasileira (61,3 para 47,6).

De acordo com a pesquisa, os resultados apresentados foram influenciados pelo cenário político e econômico do Brasil nos últimos meses. O levantamento diz que o quadro de instabilidade se reflete nas perspectivas de manutenção da política econômica e da capacidade de realização de algumas reformas anunciadas pelo governo.

Na última sexta-feira, a Fiesp voltou a colocar um pato inflável em frente à sede da avenida Paulista, na capital, para protestar contra o aumento de impostos anunciado por Temer.

“Se já se observava um distanciamento entre a melhora das perspectivas positivas e a alteração efetiva das atividades do setor industrial na economia, com a piora das expectativas, a retomada da atividade produtiva tende a se alongar por um período maior”, diz o estudo.

O boletim também registra que os índices econômicos do início deste ano frustraram o setor, que aguardava melhora substancial na indústria já neste ano. “No ABC, contudo, não podemos desprezar os possíveis efeitos da retomada das exportações ao longo de 2017, em especial na cadeia automobilística, o que poderá repercutir positivamente sobre o setor industrial”, aponta o estudo.  

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