A população do ABC vai começar a diminuir, de forma inédita, em 2030. É o que mostra o estudo sobre a projeção populacional em todo o Estado até 2050, elaborado e divulgado nesta quarta-feira pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).
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De acordo com os dados da pesquisa, a quantidade de moradores da região só vai crescer até daqui 17 anos, depois disso começa a diminuir. O levantamento mostra que passados 33 anos, em 2050, último ano das projeções, a soma da população de Santo André, São Bernardo e São Caetano será menor que a atual, de 1,639 milhão de pessoas. A estimativa populacional para o ano final citado é de 1,609 milhões – 1,82% menor que a de hoje.
A metodologia adotada pela Seade para projetar a população contemplou as tendências e transformações ocorridas e esperadas para os componentes demográficos responsáveis pelo crescimento populacional, como fecundidade, mortalidade e migração, partindo da população contabilizada oficialmente pela última vez em 2010.
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Segundo o estudo, a tendência de encolhimento da população nos próximos anos ocorrerá em todo o Estado – a taxa de crescimento de 0,87% ao ano entre 2010 e 2015 sofrerá redução progressiva até se tornar negativa. No entanto, a quantidade de habitantes estadual só deve começar a cair depois que no ABC, entre 2040 e 2050.
A análise dos técnicos da Seade diz que o que motiva a futura queda no número de moradores nas cidades paulistas é o crescimento em ritmo mais intenso da população idosa e queda no número de pessoas com menos de 15 anos.
“A partir de 2027, o grupo dos maiores de 60 anos superará o de crianças e adolescentes”, diz o estudo. No ABC, somente São Caetano já vive essa realidade atualmente, tendo 22.155 menores de 15 anos contra 32.672 moradores com mais de 60.
No geral, a região chegará em 2030, segundo o levantamento, com 372.718 idosos contra 265.959 crianças e adolescentes. Hoje a proporção é de 293.689 menores de 15 anos para 252.463 com mais de 60. No período, o aumento de idosos será de 47,6% nas três cidades do ABC juntas.
“As demandas por políticas públicas de uma sociedade que envelhece rapidamente são bastante distintas das atuais. Portanto, haverá forte demanda de serviços ao idoso, acompanhada de menor pressão para os temas relacionados à infância e à adolescência, o que mudará o foco das políticas de saúde, educação e seguridade social”, aponta a análise dos dados divulgada pela Seade.
Mercado de trabalho
Segundo a avaliação dos dados feita pela fundação, o encolhimento populacional esperado também deverá impactar diretamente no mercado de trabalho. “Isso significa que a oferta de mão de obra ficará mais escassa e que a economia do Estado tenderá ao pleno emprego em um cenário de crescimento econômico”, diz a análise da Seade.