A ex-prefeita de Sumaré, Cristina Carrara, negou ontem que recebeu R$ 600 mil em propina para a sua campanha de 2012 para favorecer a empresa na concessão do DAE (Departamento de Água e Esgoto). A fala foi feita durante depoimento à CEI da Câmara de Vereadores, que investiga possíveis irregularidades no contrato de concessão entre a prefeitura da cidade e a empresa Odecrecht Ambiental.
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“Não recebemos nenhuma propina. Espero ter mostrado toda a nossa lisura tanto na campanha quanto no governo municipal”, disse ela.
A denúncia sobre o pagamento à tucana foi feita pelo ex-executivo da empresa, Guilherme Pamplona Paschoal, que foi ouvido pela Comissão em maio. Segundo ele, os R$ 600 mil teriam sido entregues a João Alberghini Sobrinho, que foi secretário municipal na gestão de Cristina. Sobrinho, que foi ouvido na semana passada, também negou o recebimento do dinheiro. A tucana, porém, confirmou encontro com o empresário em um shopping de Campinas.
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O presidente da CEI, Willian Souza (PT) não ficou satisfeito com as respostas da ex-prefeita. “Ela não esclareceu sobre o uso de Caixa 2 e outros encontros. Não ficou claro sobre como era feita a aplicação de multa contra a Odebrecht pelo descumprimento do contrato”, disse ele, que acrescentou: “O que ficou “completamente claro é que ela não tinha controle do seu governo. E nem sabia o que assinava”, disse o petista.
Ao fim da audiência, Cristina Carrara tentou sair pelo fundo do prédio da Câmara, mas foi impedida por Souza que a obrigou a sair pela frente – ela então teve de enfrentar vaias. “Queremos saber como foi essa concessão e queremos uma água de qualidade e preço acessível”, disse Cristiano Estevão, publicitário que fazia parte do grupo de moradores que acompanhou o depoimento da CEI do lado de fora da Câmara.