Pelo menos dois recém-nascidos são encaminhados, por semana, para a Vara Central da Infância e da Juventude de São Paulo.
São os filhos da cracolândia, que muitas vezes nascem com sífilis presumida, quando existe a possibilidade de a doença não se desenvolver mais tarde.
A vida da empresária Ana Davini virou de cabeça pra baixo desde que foi diagnosticada com endometriose severa – um problema na parte interna do útero.
Recomendados
Sem empréstimo, sem enterro! Tio Paulo ainda não foi enterrado porque família alega não ter dinheiro
“Tio Paulo” era um homem simples, sem mulher ou filhos, dizem vizinhos. “Gosta de um biricutico”
Caso do acidente com Porsche em SP: delegado é afastado do caso após críticas sobre investigação
Após uma série de tentativas frustradas com tratamentos de reprodução assistida, ela e o marido decidiram adotar.
Foram quase nove anos de luta até receberem o abraço da filha de coração. Mas, nem todos os filhos da cracolândia têm o final feliz como a filha da Ana.
A Vara Central da Infância e da Juventude recebe em média de dois a três recém-nascidos por semana nestas condições. Há dois anos, esse número girava em torno de 4 bebês por mês abandonados por mulheres usuárias de drogas, principalmente, o crack.
Para a juíza da Vara da Infância e Juventude da Capital Paulista Mônica Arnoni, esse aumento é consequência da falta de ações efetivas do poder público na região.
As grávidas da Cracolândia, no centro de São Paulo, costumam dar a luz nos hospitais Leonor Mendes de Barros e na Santa Casa.
O coordenador do programa Recomeço, da Secretaria Estadual da Saúde, Ronaldo Laranjeira, explica que a maioria dos bebês nasce com sífilis presumida e toma doses de penicilina nos três primeiros dias de vida.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 23 maternidades da cidade de São Paulo estão capacitadas para atender mulheres em situação de vulnerabilidade.
O Hospital Estadual Lacan, em São Bernardo, tem leitos específicos para gestantes dependentes químicas.Em 2016, atendeu 45 pacientes com esse perfil, já neste ano, até o momento, foram atendidas 21 mulheres.
Já a Prefeitura da Capital Paulista não possui programa específico para esse público, porém informou, em nota, que em 2016 foram feitos 378 atendimentos a gestantes usuárias de drogas.
Neste ano até a semana passada, quando já havido sido feita a ação conjunta entre as gestões Alckmin e Doria foram 172 atendimentos.
Ouça a reportagem: