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Unicamp quer sistema de cotas a partir de 2019

O reitor Marcelo Knobel vai anunciar nesta terça-feira na reunião do Consu (Conselho Universitário), a criação de um grupo de trabalho que terá como atribuição elaborar uma proposta de implementação progressiva das cotas étnico-raciais e do vestibular indígena na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) a partir de 2019.

Conforme deliberação encaminhada pelo reitor ao Consu, as regras deverão estar definidas até novembro deste ano.

“Teremos cerca de seis meses para aprofundar a reflexão sobre essa questão e buscar o melhor modelo possível”, afirma o reitor.

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O grupo terá 13 integrantes, representando todos os segmentos da universidade.

Uma das possibilidades  que estão sendo estudadas é a adoção de um modelo parecido com o existente hoje nas escolas federais, que reservam 50% das vagas para alunos provenientes das escolas públicas.

Deste universo, a ideia é   reservar vagas para pretos, pardos e indígenas, conforme parâmetros definidos pelo IBGE.

De acordo com o Pnad, por exemplo, 37,2% da população de São Paulo é formada por negros.

Isso significa que 37,2% das vagas disponibilizadas pelas cotas deverão ser destinadas a estudantes autodeclarados negros.

O grupo também deverá estudar a oferta parcial de vagas de graduação pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que utiliza a nota do Enem.

Knobel observa que, além de definir o modelo do sistema de cotas a ser adotado, a Unicamp também precisará deliberar sobre outras questões relacionadas ao assunto.   

Uma delas é a formulação de um programa de permanência estudantil que ofereça suporte socioeconômico e acadêmico aos estudantes que apresentarem necessidades dessa natureza.

“Nesse caso, estamos falando de auxílios nos campos da moradia, transporte, alimentação, entre outros”, assinala.

Um grupo de trabalho foi instalado no ano passado e propôs um modelo um pouco diferente. Queria que a cota de 37,2% de negros, saísse de todas as vagas existentes e não apenas da metade reservada para os alunos da escola pública.

“O que parece é que essa proposta foi ignorada”, diz Guilherme Machado de Assis, um dos representantes dos servidores no Consu.

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