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Região do Campo Belo, na zona sul de SP, também tem uma Cracolândia

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A região do Campo Belo, na zona sul da capital paulista, também tem uma área chamada de Cracolândia.

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Na terça-feira, a Rádio Bandeirantes falou da venda e consumo de drogas na Radial Leste, no Viaduto Bresser. Lá, a movimentação aumentou após a dispersão da prefeitura na Cracolândia do centro.

Na Avenida Roberto Marinho, próximo à Santo Amaro, o mesmo acontece. O tráfico e o consumo de drogas é recorrente no local.

As pessoas evitam andar por ali, mas muitas vezes isso não é possível. Há relatos de assaltos, sujeira e intimidação nos portões das casas.

Demolição

Na tarde de terça-feira (23), a gestão João Doria (PSDB) iniciou a demolição de dois imóveis na Cracolândia da região central da capital paulista, ainda com pessoas dentro. Segundo o Corpo de Bombeiros, três pessoas tiveram ferimentos leves e foram socorridas.

Os imóveis são localizados na Alameda Dino Bueno, onde ficava concentrado o «fluxo» antes da operação policial no domingo passado, 21. O motivo da demolição, segundo a Prefeitura, é para desarticular o domínio do PCC (Primeiro Comando da Capital), que controla o tráfico na região.

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Nos imóveis havia moradores, que foram surpreendidos por retroescavadeiras por volta das 14 horas.

 

Em entrevista concedida na sede Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, o secretário municipal de Serviços e Obras, Marcos Rodrigues Penido, chamou de «inusitado» o incidente. Segundo ele, um pensionato foi atingido acidentalmente pela retroescavadeira que iria derrubar o prédio vizinho, causando ferimentos em pessoas que estavam no seu interior.

Penido reitera, contudo, que os feridos teriam entrado no local «clandestinamente», pois as duas entradas principais estavam lacradas. De acordo com o secretário, elas adentraram o local por uma abertura localizada no muro do estacionamento vizinho. Ele afirma ter, inclusive, «vistoriado» o estacionamento junto com seu chefe de gabinete e o encarregado da retroescavadeira em dois momentos, por volta das 11h e das 12h, mas admite não ter olhado todo o terreno, no qual, ao fundo, havia a entrada. «Perguntamos para moradores e todos diziam que o prédio estava vazio. As pessoas deveriam ter avisado que estavam lá», disse.

De acordo com a Prefeitura, demolições na área são permitidas por meio de um dispositivo jurídico oficializado no decreto nº 57.697, publicado no Diário Oficial Cidade de São Paulo de sábado, 20. O texto desapropria e declara como de «utilidade pública» três áreas da Cracolândia, que, somadas, totalizam 14 115 m². Segundo o secretário municipal de Justiça, Anderson Pomini, o decreto é um «instrumento jurídico» que pode ser aplicado em regiões em que está comprovado «iminente perigo», de modo que as áreas agora passam a servir aos «interesses do Estado», que agora detêm a posse.

A princípio, no início da tarde desta terça-feira, 23, seria realizada a derrubada de dois imóveis, incluindo o da Alameda Bueno, no qual ocorreu o incidente, e outro no Largo Coração de Jesus, no qual seria mantida apenas a fachada, que é tombada. Segundo Pomini, ao menos dois quarteirões da Cracolândia serão completamente demolidos, com a indenização de seus proprietários em um prazo ainda indefinido.

O secretário de Serviços e Obras negou ter havido resistência de moradores em deixar a região, mas afirmou que novas medidas de segurança serão tomadas para evitar que o incidente desta terça-feira se repita. «De agora em diante, vamos triplicar os cuidados. Assim que a pá tocou no muro, ouviu-se os gritos e o serviço foi paralisado», reitera. O prefeito João Doria não participou da coletiva de imprensa.

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