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Todos os anos, 3,5 mil crianças e adolescentes desaparecem em MG

Ale Vianna/ Folhapress

A família de Alexandra* viveu dias de angústia. Em agosto de 2016, o filho adolescente saiu de casa como sempre fazia, sem deixar notícias. Quando percebeu que o garoto não estava em nenhum local que costumava frequentar, a mãe decidiu fazer um boletim de ocorrência. “Eu ia para a rua todos os dias, buscando pistas. Também procurei a delegacia e foi feito um cartaz com a foto dele. Colei nos lugares que achei que ele pudesse ir”, contou. Assim como Leandro*, todos os anos a Polícia Civil registra cerca de 3,5 mil desaparecimentos de crianças e adolescentes. Em 2016, a taxa de localização foi de 65%. Porém, muitos desses jovens já retornaram para casa, mas permanecem sem fazer o registro de que reapareceram.

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E para lembrar o Dia Internacional da Criança Desaparecida, que acontece na próxima quinta-feira, a corporação inicia nesta segunda (22) a Semana da Esperança. No período, serão realizados trabalhos preventivos e educativos com dicas de prevenção; conscientização das famílias sobre seu papel no desaparecimento de crianças e adolescentes; orientações para a população sobre o que fazer nesses casos, alertando para as possíveis reincidências de desaparecidos. Conforme a delegada Maria Alice Faria, “a esperança é que o desaparecimento de crianças, menores de 12 anos, seja banido para sempre. E que os adolescentes tenham, cada vez mais, ambientes familiares saudáveis com direitos sociais garantidos”, enfatizou.

O reencontro

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Sete dias depois do desaparecimento, Alexandra finalmente recebeu a notícia que tanto esperava: Leandro foi encontrado pela polícia. “Cada família tem seu problema. Meu filho saiu de casa por causa de um conflito, mas não seguiu um caminho de coisas ilícitas”, afirmou. Do total de registro de ocorrências de desaparecimento em 2016, a faixa etária com maior número de casos é de 12 a 17 anos, em torno de 38,5%. “O adolescente costuma ter um mundo paralelo ao ambiente familiar. É importante acompanhar a rotina, redes sociais, lugares que frequenta, quem são os amigos e rendimento escolar”, ressaltou a delegada Elizabeth Freitas Assis Rocha.

De acordo com um estudo realizado pela Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, a principal motivação dos desaparecimentos de crianças, até 12 anos, é a disputa irregular de guarda e o descuido em locais com aglomeração de pessoas. Já em relação aos adolescentes, 80% dos casos estão relacionados ao conflito familiar e à busca por aventura ou liberdade. Confira no quadro ao lado o que fazer para evitar um desaparecimento.

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