Foco

‘Parque urbano não dá lucro’, afirma diretor de ONG em São Paulo

O parque Ibirapuera deve ganhar em breve novo modelo de administração a partir da sua concessão à iniciativa privada, como quer o prefeito João Doria (PSDB). Para falar das possíveis transformações, o Metro Jornal conversou com Thobias Furtado, diretor presidente do Parque Ibirapuera Conservação, organização da sociedade civil que desenvolve atividades em prol da mais conhecida área verde de São Paulo.

ANÚNCIO

 

A prefeitura tem falado sobre desestatização, mas nada de modo definitivo ainda. O que sabem sobre o projeto para o parque?

Recomendado:

Que a prefeitura sabe que parque urbano não dá lucro quando a finalidade é melhorar os parques e que é consenso na comunidade internacional que o modelo a ser seguido é a gestão via sociedade civil, isso desde a Cidade do México a Nova York. O prefeito Doria tem repetido que quer implementar esse modelo, que é o mesmo da conhecida organização sem fins lucrativos Central Park Conservancy. Em maio, ele (Doria) deve ter um encontro em Nova York com o ex-prefeito Bloomberg, que ajudou a implementar o Highline Park, o Brooklyn Bridge Park e uma série de outros, via sociedade civil e que visam dar transparência no cuidado de espaços públicos.


Como a associação vê a possibilidade de concessão?

Vemos com muito bons olhos a concessões, se feita da maneira adequada. São Paulo pode se beneficiar da agilidade privada, mas mantendo o interesse público. As leis necessárias já existem para fazer via sociedade civil.

 

Como irão participar?

Temos encontrado a cada dia número crescente de pessoas, fundações, institutos interessados em nos apoiar na gestão do Ibirapuera. Mas, assim como nos Estados Unidos ou no México, a iniciativa e o convite devem partir da prefeitura. Devemos procurar construir modelo perene e sustentável de participação do cidadão no cuidado dos espaços urbanos, e essa pode e deve ser a marca que o prefeito Doria deixará de legado. É preciso pensar na continuidade do modelo. O Ibirapuera é o caminho, como foi o Central Park. Hoje, só em Nova York, mais de 1.000 parques, entre pequenos e grandes, adotam esta estrutura.


As ações da GCM para evitar ‘rolezinhos’ surtiram efeito?

Entendo que a GCM vem intensificando as ações para coibir o consumo de álcool e drogas por menores que participam dos ‘rolezinhos’. O parque tem um regulamento e seus frequentadores querem ordem para poder desfrutar do seu lazer.

Tags


Últimas Notícias