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Vereadores de SP aprovam aumento de 26,3% nos próprios salários

Depois de dizer na sexta-feira que o projeto que aumenta os próprios salários em 26,3% não seria mais votado em 2016, os vereadores de São Paulo incluíram a matéria às pressas na pauta desta terça-feira e aprovaram o reajuste que valerá já a partir do mês que vem.

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Com o acréscimo – autorizado em meio à crise econômica –, os vencimentos dos 55 parlamentares da capital passam dos atuais R$ 15 mil para R$ 18,9 mil.

A aprovação foi rápida e se deu debaixo de vaias e gritos de protestos de integrantes de movimentos sociais, principalmente de moradia e cultura, que ocuparam o espaço destinado ao público na Câmara Municipal para acompanhar a sessão.

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O aumento dos salários foi discutido semana passada e havia até acordo para que fosse aprovado, mas, quando foi levado ao plenário, não recebeu os 28 votos suficientes. O projeto, porém, retornou ontem e, dessa vez, passou.

De autoria da mesa diretora, a matéria não estava na pauta, mas entrou em discussão por decisão dos vereadores, que selaram acordo nos bastidores e aprovaram a inclusão do item por requerimento.

Depois de um único discurso (que atacou a proposta), e nenhum debate, o projeto foi aprovado por 30 votos favoráveis, 11 contrários e com 14 ausências.

Reações

Votaram não à proposta: Andrea Matarazzo (PSD), Aurélio Miguel (PR), Aurélio Nomura (PSDB), Gilberto Natalini (PV), José Police Neto (PSD), Mario Covas Neto (PSDB), Ota (PSB), Patrícia Bezerra (PSDB), Ricardo Nunes (PMDB), Salomão Pereira (PSDB) e Toninho Vespoli (PSOL) – o mais crítico.

“O certo seria votar antes das eleições. 60% dos estão aqui (os vereadores que foram reeleitos) já estão votando em causa própria, pois sabem que estarão aqui na próxima legislatura. No mínimo, isso é imoral”, afirmou vereador Vespoli.

Também contrário, Police Neto classificou o aumento como “justo”, pois os vereadores estão com salários defasados desde 2013. No entanto, argumentou que a aprovação é inoportuna neste momento de redução da arrecadação da prefeitura. O prefeito eleito, João Doria (PSDB), já havia se posicionado contra o reajuste.

O projeto também prevê que os vereadores possam fazer a reposição inflacionária dos salários anualmente, e não apenas a cada quatro anos, como ocorre hoje.

A sessão de ontem encerrou as atividades no Legislativo em 2016. Os trabalhos serão retomados em 1º de fevereiro de 2017.

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