A Promotoria pedirá a quebra do sigilo fiscal do engenheiro da prefeitura Roberto Torres e do ex-assessor parlamentar Antônio Pedace. Ambos foram flagrados tentado extorquir R$ 15 mil de um comerciante investigado pela CPI dos Alvarás da Câmara Municipal.
Segundo o promotor Joel Silveira, dependendo do resultado da análise dos documentos e computadores apreendidos, no dia 11, em três salas comerciais de propriedade de Torres, em Barueri, na Grande São Paulo, ele também pode pedir a quebra dos sigilos bancários e telefônicos dos dois.
O MP também fará um levantamento do patrimônio dos suspeitos e cruzará as informações obtidas com o rendimento de Torres, emprestado pela prefeitura para a CPI, e Pedace, que trabalhava no gabinete do vereador Eduardo Tuma (PSDB). Por enquanto, o vereador, que demitiu o assessor, ainda não é formalmente investigado. “Vamos pedir informações ao Detran-SP e aos cartórios de registros do Estado”, diz Silveira.
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Com um salário de R$ 4 mil, Torres acumulou um patrimônio de 19 imóveis e nove carros de luxo. Uma de suas casas, em Aguaí, no interior de São Paulo, tem 23 cômodos em três andares. O servidor já era alvo da Controladoria Geral do Município. De acordo com informações da Câmara Municipal, Pedace, que já foi exonerado do cargo, recebia um salário de R$ 3,5 mil.
A Promotoria ouviu mais dois comerciantes que afirmaram também terem sido extorquidos. À Promotoria, eles relataram o mesmo método utilizado com o comerciante que fez a primeira denúncia. Foram convocados pelos suspeitos para comparecer à Câmara Municipal e, em uma sala do 1º subsolo do Legislativo, coagidos a pagar uma quantia para escapar da investigação da CPI.
Os advogados dos acusados negam todas as acusações e afirmam que provarão a inocência dos dois.
CPI
Criada em fevereiro, a CPI teve como objetivo identificar falhas e apontar soluções para a emissão de alvarás pela prefeitura.