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Organizador de ‘rolezinho’ é morto por amigo em São Paulo

Leonardo Alvarenga, de 16 anos, foi morto em Itaquera | Reprodução/Facebook
Leonardo Alvarenga, de 16 anos, foi morto em Itaquera | Reprodução/Facebook

Um dos primeiros idealizadores dos “rolezinhos” – encontros de jovens em shoppings e parques da periferia de São Paulo –, no final do ano passado, Leonardo Alvarenga, de 16 anos, foi morto na madrugada de segunda-feira, em Itaquera, na zona leste. O funileiro Leonardo Pereira, de 18 anos, amigo da vítima, foi o responsável pelo disparo.

De acordo com a Polícia Civil, os dois foram na noite de domingo a um baile funk com mais quatro amigos – três meninas e um garoto, todos de 17 anos.  Na volta, decidiram ir a uma lanchonete na avenida Jacu-Pêssego, mas no caminho encontraram um outro colega, que estava com um revólver calibre 38.

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Pereira disse à polícia que pediu para ver a arma, e que o dono, Robson Lopes, de 30 anos, afirmou que antes tiraria a munição. Pereira, então, pegou o revólver, apontou para a cabeça de Alvarenga e atirou. O jovem foi socorrido no hos0.pital Santa Marcelina, mas não resistiu.

Em seu primeiro depoimento, o funileiro havia afirmado que o amigo foi morto em uma tentativa de roubo. A perícia, no entanto, constatou que o disparo foi feito de dentro do veículo. Após o laudo, Pereira confessou o crime. O funileiro foi preso em flagrante.

Para tentar convencer a polícia de que o tiro foi acidental, Pereira disse que, antes de lhe entregar a arma, o dono do revólver teria atirado contra sua própria cabeça duas vezes. O dono do revólver também foi preso, por porte ilegal de arma. Ele já tinha passagem na polícia por roubo.

Familiares da vítima afirmam que o crime foi premeditado. Pedindo para não serem identificados, eles disseram ao Metro Jornal que Pereira tinha inveja de Alvarenga por ele ser um “famosinho” – tinha mais de 27 mil seguidores no Facebook e organizava “rolezinhos” em shoppings.

A família diz, ainda, que o assassino confesso trocou as roupas da vítima antes de levá-la ao hospital. A polícia apreendeu na casa do acusado a camiseta e o boné utilizados por Alvarenga naquela noite, para investigar se há vestígios de sangue.

“Só consegui acreditar que tudo isso aconteceu quando fui ao cemitério. Ele conversava com ele todos os dias. Vai fazer falta”, afirmou Rafaela Gonçalves, de 19 anos. Thayná Assunção, de 18 anos, “ex-ficante” de Alvarega disse, chorando, que jamais esquecerá Leonardo.

Na página de Alvarenga no Facebook, milhares de pessoas  deixaram mensagens de luto.

 

 

Outros quatro funkeiros já foram assassinados

Leonardo Alvarenga é o quinto jovem ligado aos “rolezinhos” a ser assassinado este ano. Na madrugada de 5 de abril, Lucas Lima, de 18 anos, um dos principais “inventores” do movimento, foi morto em uma briga durante um baile funk no bairro de AE Carvalho, na zona leste. Ele tinha mais de 56 mil seguidores do Facebook.

Segundo a polícia, Lima recebeu uma pancada na cabeça após se envolver numa briga por causa de uma garota. Já inconsciente, no chão, os amigos da garota cercaram o jovem e lincharam a vítima.

Ele foi encaminhado a um pronto-socorro municipal na redondeza, com traumatismo craniano, e não resistiu aos ferimentos. Até hoje, ninguém foi preso.

Na mesma madrugada em que Leonardo Alvarenga morreu, Kevin dos Santos, de 16 anos, tomou dois tiros nas costas em um baile funk que acontecia no meio da rua, no Conjunto Habitacional Inácio Monteiro, também na zona leste. De acordo com a PM (Polícia Militar), um carro passou na rua e efetuou diversos disparos.

Há um mês, outros dois jovens foram assassinados, também em um baile funk a céu aberto na Cidade Tiradentes, zona leste.

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