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Servidores da USP aceitam 5,24%, mas mantêm greve

Após aceitarem a proposta de reajuste de 5,24%, além de um abono de 28,6%, em assembleia realizada nesta segunda-feira, os funcionários da USP decidiram manter  a paralisação, que já dura 106 dias.

Para voltar ao trabalho, os grevistas querem a garantia de que não haverá punições. Além disso, não aceitam ter de compensar as horas não trabalhadas em função da paralisação.

Depois da assembleia, representantes do sindicato dos servidores se reuniram com a direção da universidade, mas não houve acordo. Uma nova reunião deve acontecer na tarde desta terça. De acordo com o sindicato, ainda há “impasses” que  precisam ser resolvidos. Caso a greve não termine, quarta está prevista uma nova audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

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A paralisação, que já é a mais longa da história da universidade, começou no dia 27 de maio, depois de a reitoria anunciar que não seria possível conceder reajuste aos funcionários devido à crise financeira da instituição. Maio é a data base da categoria. Desde então, os funcionários realizaram uma série de protestos. Por duas vezes, fecharam os portões de acesso ao campus, impedindo a entrada de alunos e professores.

A USP chegou a descontar os dias parados, mas a medida foi derrubada pelo TRT. Na quinta-feira, após tentar reverter a decisão no STF (Supremo Tribunal Federal), a universidade realizou os pagamentos. Mas, segundo Magno de Carvalho, diretor do Sintusp (Sindicato dos Servidores da USP), os benefícios referentes ao período não foram quitados.

Má gestão é a causa da crise, dizem especialistas

A crise da USP é resultado de uma má gestão financeira, responsabilidade de várias administrações, de acordo com especialistas ouvidos ontem pela BandNews FM.

Segundo o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo João Whitaker a crise era uma tragédia anunciada, devido os gastos excessivos. Para ele, não há transparência nas prestações de contas. “Toda gestão financeira sempre foi feita como uma caixa-preta”, disse Whitaker.

O especialista em gestão universitária Carlos Monteiro afirma que o principal problema é o excesso de servidores.“A USP tem hoje 17,5 mil servidores para um total de 92 mil alunos. Calculando, dá 50 alunos por servidor”, afirma Monteiro.

Como solução, eles concordam que o ideal é mudar totalmente o modelo de administração, investindo em uma expansão planejada e definindo metas para equilibrar as contas da instituição. 

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