ANÚNCIO
A juíza Telma Aparecida Alves afirmou ontem que sua decisão de autorizar que o assassino do cartunista Glauco Vilas Boas saísse da clínica psiquiátrica para continuar o tratamento em liberdade foi correta. “Eu tomei todas as precauções que estavam ao meu alcance. Todas”, disse.
A decisão, de agosto de 2013, foi contestada por advogados e pela família do cartunista um dia depois de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 29 anos, o Cadu, réu confesso, ser preso novamente, anteontem, em Goiânia, acusado de matar um jovem durante assalto.
Recomendados
Saiba quem é a estudante de medicina que ficou em ‘estado vegetativo’ após cirurgia na mandíbula
“Não fazemos convites homossexuais!” Comércio de São Paulo é acusado de homofobia
VÍDEO: Pecuarista suspeita de matar dois idosos sorriu e apontou arma para câmera após o crime
Em 2011, a Justiça considerou Cadu inimputável por ser esquizofrênico. Mesmo tendo confessado ter matado Glauco e o filho, ele foi para uma clínica psiquiátrica de Goiânia, em 2012. Em 2013, a juíza autorizou que ele deixasse o local, com base em parecer de uma junta médica que reuniu representante da Justiça, do Ministério Público e do governo.
Tragédia anunciada
Para o psiquiatra forense Guido Palomba, foi um erro grave libertar Cadu. Em entrevista à BandNews FM, Palomba, que chefiou o manicômio judiciário de São Paulo durante 10 anos, afirmou que falharam os peritos e a juíza.
“São peritos, na minha concepção, improvisados. Pessoas que não conhecem a psiquiatria forense e cometeram este erro de dizer que ele não tinha mais periculosidade e que podia voltar ao seio social”, afirmou.
“Era uma tragédia anunciada. Mais cedo ou mais tarde ele voltaria a cometer um delito, como aconteceu. A doença dele é grave e incurável”.