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Inadimplência cresce em julho, apontam instituições

Com inflação e juros elevados, consumidor tem dificuldades de pagar dívidas | Victor Moriyama/Folhapress
Com inflação e juros elevados, consumidor tem dificuldades de pagar dívidas | Victor Moriyama/Folhapress

Com a inflação elevada e crédito mais caro, os consumidores brasileiros estão com dificuldades para acertar as contas. Pesquisas de duas empresas de proteção ao crédito mostram que o número de inadimplentes avançou no mês passado.

Segundo levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil, o número de consumidores com dívidas com mais de 90 dias de atraso cresceu 4,43% em julho sobre o mesmo mês de 2013. Outra base de dados de inadimplentes, da Serasa, mostrou uma alta ainda maior na mesma comparação, de 11%. A disparidade se deve às diferenças de metodologia, de clientes e de carteira de crédito.

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“O consumidor brasileiro sente dificuldades de pagar os parcelamentos do passado por conta das altas taxas de juros que encarecem as parcelas e por causa do atual cenário de alta dos preços, que diminui o poder de compra do salário dos trabalhadores”, disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro.

A pesquisa da CNDL e do SPC Brasil também mostra que o número de dívidas em atraso teve uma alta de 5,29% em julho deste ano,  o maior avanço registrado desde o início de 2013.

O maior avanço no aumento da inadimplência em julho foi causado pelos atrasos em contas de água, luz, esgoto e gás, com alta de 14,55%. “O resultado é reflexo da disposição crescente dessas concessionárias em negativar os consumidores inadimplentes, como forma de acelerar o recebimento dos compromissos em atraso”, disse Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. Esses débitos, porém, tendem a serem pagos em até 30 dias após o atraso para evitar a suspensão do serviço.

Em segundo lugar, destaca-se o crescimento de 8,63% das dívidas com telefonia, TV a cabo e internet. Mesmo assim, o segmento de bancos, seguradoras e planos de saúde é o principal setor credor com participação de 44,91% no total de dívidas em atraso.

Os parcelamentos atrasados entre 90 e 180 dias apresentaram o maior crescimento, com alta de 12,92%. Segundo as entidades, o aumento reflete provavelmente os parcelamentos atrasados de compras como as de Natal e as do Dia das Mães deste ano, que aliadas a um mal planejamento financeiro, resultam em inadimplência.

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